Tutoriais e Programação
Linguagem C - Bibliotecas e Tipos
Qui 27 Nov 2008 20:23 |
- Detalhes
- Categoria: Linguagem C
- Atualização: Quinta, 27 Novembro 2008 20:57
- Autor: vovó Vicki
- Acessos: 86430
A imensa coleção de funções que o sistema operacional do Windows nos oferece, a assim chamada API (Application Programming Interface), facilita muito nossa programação se soubermos exatamente como usar cada função. Ler a descrição técnica é essencial para saber, entre outras coisas, o número de parâmetros exigidos, o tipo destes parâmetros e o valor de retorno da função. Afinal de contas, como programadores, o mínimo a fazer é se familiarizar com a interface que nos é oferecida.
As bibliotecas padrão
Para inserir funções da API nos nossos programas é preciso indicar ao pre-processador onde ele poderá encontrá-las. Sabemos que funções da API do Windows ficam agrupadas em arquivos próprios de acordo com o tipo, numa espécie de biblioteca de funções. Estas bibliotecas são aquivos que possuem a extensão .dll, chamados simplesmente de DLLs.
Quando queremos usar uma função da API, ou uma função própria da linguagem C, não escrevemos a função no nosso programa. É muito mais prático pedir ao pre-processador que inclua o código da função desejada. Para isto, precisamos fornecer ao pre-processador um "mapa da mina", para que ele possa localizar e incluir a função desejada. O lcc-win32 possui vários "mapas" prontinhos para serem utilizados, arquivos com a extensão .h chamados de cabeçalhos e que se encontram no diretório /lcc/include. Os principais são:
Cabeçalho | Uso |
stdio.h | Standard Input Output (entradas e saídas padrão): este cabeçalho contém a definição da estrutura FILE, usada para todas as entradas (input) e saídas (output), além das definições de todas as funções que lidam com a abertura, fechamento, etc de arquivos. A famosa função printf também é definida aqui, juntamente com sprintf, fprintf e toda a família de funções relacionadas. |
math.h | Funções Matemáticas: sin, cos, atan, log, exp, etc. Aqui encontramos trigonometria (sin, cos, tan, atan, etc), arredondamentos (ceil, floor), logaritmos (log, exp, log10, etc), raiz quadrada e cúbica (sqrt, cbrt) e constantes como pi, e, etc. |
stdlib.h | Standard library functions (funções da biblioteca padrão): Contém abort (término anormal do programa), exit (término normal), atoi, itoa (conversão de texto para inteiro), malloc, calloc, free (módulo de memória dinâmica), rand, srand (números randômicos), putenv, getenv (administração do ambiente), qsort (ordenação), strtod, strtol (conversão de string para double/long), sleep (suspender a execução por um certo período de tempo). |
stddef.h | Este arquivo define macros e tipos de uso geral em programas: NULL, offsetof, ptrdiff_t, size_t e muitos outros. |
string.h | Manipulação de strings: aqui são definidas todas as funções que lidam com a representação padrão de como as strings são usadas em C. Temos strcmp (comparação de strings), strlen (obtenção do comprimento de uma string), strcpy (cópia de uma string para outra), strcat (concatenação de strings), strstr (substring numa string), memset (atribuição de uma região RAM para um caracter), memcpy (copiar memória), memmove (copiar memória cuidando da região de sobreposição). |
windows.h | Todas as definições de janelas: criar, abrir, etc. É um arquivo cabeçalho grande com cerca de 500 mega de definições. Saiba que o lcc-win32 incorpora neste arquivo muitos dos arquivos que normalmente são individualizados em outras distribuições (como o winbase.h, por exemplo). |
Se você tiver curiosidade de saber como são montados estes arquivos de cabeçalho, basta abrí-los em qualquer editor de texto (o do lcc-win32 também serve).
Os tipos padrão
A linguagem C possui os seguintes tipos padrão:
Tipo | Tamanho | Descrição |
_BOOL | 1 | Tipo lógico, pode ser 0 ou 1. |
char | 1 | Tipo caracter, podendo ser com sinal ou sem sinal. |
short | 2 | Inteiro armazenado em 16 bits, com ou sem sinal. |
int | 4 | Inteiro armazenado em 32 bits, com ou sem sinal. |
long | 4 | Idêntico ao int. |
long long | 8 | Inteiro armazenado em 64 bits, com ou sem sinal. |
float | 4 | Ponto flutuante de precisão simples (cerca de 7 dígitos). |
double | 8 | Ponto flutuante de precisão dupla (cerca de 15 dígitos). |
Manifestos e definições
É uma confusão danada! "Declaration" em Inglês é "manifesto" e "Statement" é "declaração". É muito importante entender a diferença entre um manifesto e uma declaração (ou definição) na C.
Um manifesto apresenta um identificador ao compilador. É como se um manifesto dissesse "este identificador é o XXX e ele será declarado (definido) mais adiante". Um manifesto pode ser, por exemplo:
Com este manifesto apresentamos o identificador sqrt ao compilador, dizendo que se trata de uma função que usa um argumento de precisão dupla (double) e que retorna um resultado de precisão dupla (double). A apresentação pára por aí e nem ocupa espaço. É que, se esta função não for utilizada pelo programa, ela nem será incorporada - portanto, não ocupará espaço no executável.
Uma declaração (definição) diz ao compilador para alocar espaço para o identificador. Por exemplo, para definir a variável "contador":
Neste caso, o compilador cria um espaço na área de variáveis locais da função que contenha esta definição, abrindo espaço suficiente para conter um número inteiro.
O que precisa ficar bem claro é que uma variável pode ser manifestada quantas vezes quisermos, mas só deve ser definida num único ponto. É o mesmo que dizer que, quando definimos uma variável, emitimos sua "carteira de identidade" (que precisa ser única) e fixamos sua residência (para que possamos encontrá-la quando for preciso). Quando manifestamos uma variável (ou uma função), dizemos apenas que deve aparecer uma "moça" de nome tal, ou um "rapaz" de nome tal, ou um int ou um double de nome tal... enfim, uma entidade de nome tal cujo tipo seja o que foi manifestado - mas que ainda está sem lenço e sem documento.
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