A Aldeia Numaboa ancestral ainda está disponível para visitação. É a versão mais antiga da Aldeia que eu não quis simplesmente descartar depois de mais de 10 milhões de pageviews. Como diz a Sirley, nossa cozinheira e filósofa de plantão: "Misericórdia, ai que dó!"

Se você tiver curiosidade, o endereço é numaboa.net.br.

Leia mais...

Resolvi que queria estudar criptologia sem frequentar cursos e, de preferência, sem sair de casa e sem gastar um tostão com livros, apostilas, CDs, etc e tal. Fui à caça de informações pela Internet. Rodei, rodei, pesquisei, googlei, altavistei e me assustei: o material em Português é extremamente escasso, para não dizer inexistente - assim nãããoooooo dááá. Material bom está em italiano, francês, alemão, sueco e, logicamente, em inglês. Foi daí que resolvi publicar gradativamente o que encontrei e o que aprendi. Esta é versão 2.0 do material disponibilizado sob a licença Creative Commons, ou seja, está liberado para você estudar, copiar e distribuir sob a mesma licença, preservando a autoria.

O assunto é de extrema importância para quem se interessa por segurança de dados. É claro que eu logo pensei em destrinchar o blowfish ou coisa que o valha, ainda mais depois que li a notícia de que um bando de malucos estava usando a computação compartilhada (tipo SETI, lembra?) para tentar encontrar o maior número primo do planeta. Falta do que fazer ou coisa de gente séria? Já sei, agora vem a célebre pergunta: o que é que tem a ver o "ucascarça"? Não são fatos desconexos - criptologia e números primos têm tudo a ver. A única coisa é que eu quero e, tenho certeza, vocês também querem saber direitinho como a coisa funciona!

Resolvi começar pelo começo (sábia decisão!), mesmo porque tenho a impressão de que, desde que o homem existe, existe também a vontade de esconder informação. É próprio da natureza humana. Pode dar o nome que quiser - segurança de dados, sigilo de informação, material classificado ou confidencial, segredo profissional, os escambau. A verdade verdadeira é que adoramos esconder o leite. Então, achei que o melhor a fazer seria seguir a história da criptologia.

Além disso, onde tem segredo, tem quem quer descobrir o segredo. Desde os primórdios da história existem métodos para esconder informações, dos mais simples aos mais engenhosos. Como a toda ação corresponde uma reação igual e contrária, desde a Antiguidade também existem os hackers e crackers que bolam métodos para decifrar e decodificar. Chega a ser divertido saber que existiram nerds e geeks que se dedicaram à Criptologia ainda na Antiguidade.

Para minha surpresa, em pouco tempo esta seção do site já é uma das mais visitadas. Descobri que não era tão estranho assim eu gostar do assunto, pois milhares de internautas fizeram com que o ranking do site no Google mostrasse a Aldeia entre os primeiros quando o assunto pesquisado é criptografia ou criptologia! A Criptografia NumaBoa também acabou rendendo um convite para que eu escrevesse um livro. Após alguns meses de intenso trabalho (9 ao todo, como convém a uma gestação normal), CRIPTOGRAFIA - SEGREDOS EMBALADOS PARA VIAGEM foi para as grandes livrarias do país e hoje está esgotado, mas o livro pode ser encomendado na Novatec Editora (venda por demanda). Por estas e por outras, preciso agradecer a calorosa acolhida que todos vocês me deram.

A todos, veteranos ou novatos da Criptografia NumaBoa, um grande abraço

vovo vovó Vicki

  • Assuntos Gerais

    Assuntos de interesse geral relacionados à Criptologia.

    Numero de artigos:
    9
  • História da Criptologia

    Fatos e personalidades que direta ou indiretamente tiveram influência na história da criptologia.

    Numero de artigos:
    27
  • Cifras

    Alguma coisa sobre a classificação das cifras no contexto geral da criptologia. FAÇO MAIS TARDE!

    Numero de artigos:
    0
    • Cifras de Substituição

      Cifras de substituição produzem criptogramas nos quais as letras do texto original, tratadas individualmente ou em grupos de comprimento constante, são substituídas por outras letras, figuras, símbolos ou uma combinação destes de acordo com um sistema predefinido e uma chave.

      Substituições Monoalfabéticas

      O sistema que substitui cada um dos caracteres de um texto claro usando outros caracteres (letras, números, símbolos, etc) conforme uma tabela de substituição pré-estabelecida é o sistema mais antigo que se conhece. As tabelas de substituição contém os caracteres que serão substituídos e os caracteres de substituição. Estas tabelas também são conhecidas como cifrantes ou alfabetos cifrantes. Quando apenas um cifrante é aplicado, a substituição é chamada de monoalfabética.

      Substituições Polialfabéticas

      Quando mais de um cifrante é utilizado para cifrar um texto claro, o método é denominado substituição polialfabética.

      Substituições Poligrâmicas

      Quando grupos de letras são substituídos por outro grupo de letras, diz-se que a substituição é poligrâmica. Não é poligâmica, como se vê muitas vezes por aí na Internet. Poligamia significa mais de um parceiro (marido com duas ou mais esposas ou mulher com dois ou mais maridos) e poligramia significa mais de duas letras smile

      Numero de artigos:
      0
      • Substituições Monoalfabéticas

        Uma tabela de substituição contém os caracteres que serão substituídos e os caracteres de substituição. Esta tabela também é conhecida como cifrante ou alfabeto cifrante. Quando apenas um cifrante é aplicado para transformar um texto claro num criptograma, a substituição é chamada de monoalfabética.

        Organograma
        Classificação das cifras clássicas

        Monogrâmicas ou Simples

        Como cada um dos caracteres do texto claro é substituído por um outro, o comprimento da mensagem cifrada é igual ao comprimento da mensagem original e a frequência de ocorrência das letras (números ou símbolos) do criptograma é a mesma que a frequência de ocorrência das letras da língua usada no texto claro. Este sistema é chamado de monoalfabético porque apenas um alfabeto cifrante (ou tabela de substituição) é aplicado e classificado como substituição monogrâmica (ou monográfica) porque cada caracter é tratado individualmente.

        A substituição monogrâmica também é conhecida como uniliteral - uni = uma e literal = letra (não confunda com unilateral!).

        As cifras de substituição monoalfabética monogrâmica mais antigas são o Atbash e o Código de César. Na criptografia contemporânea, que usa computadores, substitui-se blocos de bits ao invés de caracteres. O princípio, porém, é o mesmo.

        Poligrâmicas

        A substituição monoalfabética poligrâmica tem as mesmas características da substituição simples (ou monoalfabética monogrâmica), com a diferença de que se substitui grupos de caracteres do texto original por um ou mais caracteres. Portanto, o comprimento da mensagem cifrada nem sempre é o mesmo da mensagem original.

        Quando os grupos de substituição são constituídos por mais de uma letra ou símbolo, também chamamos a substituição de multiliteral. As substituições multiliterais podem ser digrâmicas ou biliterais (grupos de duas letras ou símbolos), trigrâmicas ou triliterais, etc.

        Homofônicas

        Dentre as substituições monoalfabéticas poligrâmicas existe a substituição chamada homofônica. Homofônico vem do grego e significa "mesmo som". É o conceito de ter sequências diferentes de letras que são pronunciadas de forma semelhante. Na criptologia, é uma cifra que substitui cada um dos caracteres do texto claro por um de vários símbolos possíveis, todos com o mesmo significado.

        Apesar de vários substitutos para cada um dos caracteres, o comprimento do texto cifrado é igual ao do texto claro. Um exemplo de substituição homofônica é a cifra de Babou.

        Tomográficas

        Sistemas tomográficos, também conhecidos como tomogrâmicos, são aqueles nos quais cada caractere é substituído por um grupo de duas ou mais letras ou números.

        O comprimento do criptograma é maior do que o do texto original. Exemplos clássicos do método tomográfico são o Código de Políbio e a cifra de Bacon.

        Numero de artigos:
        0
        • Substituições Simples

          Cifras de substituição monogrâmica monoalfabética onde cada UM dos caracteres do texto original é substituído por UM outro (daí chamada de monogrâmica), de acordo com apenas UM alfabeto cifrante pré-estabelecido (ou seja, monoalfabética). Os textos marcados com asterisco são interativos.

          Numero de artigos:
          6
        • Substituições Homofônicas

          Cifras de substituição que traduzem cada um dos caracteres do texto claro para um dos símbolos de um conjunto de símbolos, ou seja, cada um dos caracteres pode ser substituído por um dos vários existentes no cifrante. Só se conhecem substituições homofônicas monoalfabéticas (que utilizam apenas UM alfabeto cifrante). Os textos marcados com asterisco são interativos.

          Numero de artigos:
          1
        • Substituições Tomográficas

          Cifras de substituição nas quais cada um dos caracteres da mensagem clara é substituído por dois ou mais símbolos. Só se conhecem substituições tomográficas monoalfabéticas, ou seja, que utilizam apenas UM alfabeto cifrante. Os textos marcados com asterisco são interativos.

          Numero de artigos:
          2
        • Substituições Poligrâmicas

          Quando os caracteres do texto claro são tratados em grupos de mais de uma letra e estes grupos são substituídos pelo mesmo número de caracteres cifrados, considera-se a substituição como poligrâmica. Se o grupo for de duas letras, ela será digrâmica; se for de três letras, ela será trigrâmica e assim por diante. O comprimento do texto claro e do texto cifrado será igual porque cada grupo de caracteres é substituído por outro com o mesmo número de caracteres.

          Numero de artigos:
          4
      • Substituições Polialfabéticas

        As cifras de substituição onde mais de um alfabeto cifrante é utilizado são conhecidas como substituições polialfabéticas. Os textos marcados com asterisco são interativos.

        Numero de artigos:
        10
    • Cifras de Transposição

      Cifras de transposição embaralham as letras do texto original de acordo com uma regra reversível qualquer. Em outras palavras:

      • o texto cifrado é obtido através de um troca-troca das letras do texto original
      • a partir de um texto cifrado, o texto original é obtido desfazendo-se a troca das posições das letras.

      Os textos marcados com asterisco são interativos.

      Numero de artigos:
      5
    • Supercifragens

      Supercifragem é quando se usa mais de um método, ou o mesmo método várias vezes, para obter um criptograma.

      Numero de artigos:
      3
  • Códigos

    Códigos podem ser protocolos de comunicação, ou seja, um "conjunto de convenções que rege o tratamento e, especialmente, a formatação de dados num sistema de comunicação". Existem códigos abertos (como o código Morse) e códigos secretos.

    Códigos também podem ser uma coletânea de substitutos para letras, palavras ou frases inteiras. Geralmente são colocados em livros, os chamados livros de códigos ou nomenclaturas, como duas listas em ordem alfabética. Numa delas o texto claro está em ordem alfabética (para facilitar a cifragem), seguido dos substitutos. Na outra, os códigos estão em ordem alfabética (para facilitar a decifração), seguidos do texto claro correspondente.

    Numero de artigos:
    1
    • Códigos abertos

      Os códigos abertos são protocolos de comunicação cujos substitutos são de domínio público. Os textos marcados com asterisco são interativos.

      Numero de artigos:
      5
  • Esteganografia

    A esteganografia (NÃO confundir com estenografia, tem um GA no meio!) é a arte de esconder a existência de mensagens, uma das mais antigas técnicas de criptologia. Considerada uma forma arcaica de criptografia e pouco segura para manter informações em segredo, caiu em desuso por muito tempo. Na atualidade foi novamente "ressuscitada" para ser usada na autenticação de documentos de texto, áudio e vídeo.

    Espero que vocês se divirtam e se surpreendam tanto quanto eu com esta área da criptologia absurdamente antiga e, ao mesmo tempo, absolutamente moderna e atual. Os textos marcados com asterisco são interativos.

    Numero de artigos:
    6
  • Funções Hash

    Conceitos básicos e exemplos de funções criptográficas hash. Os textos marcados com asterisco são interativos.

    Numero de artigos:
    5
  • Papers

    Alguns textos sobre assuntos específicos como avaliações de métodos, de softwares e suporte técnico para entender ou desenvolver técnicas criptográficas e de criptoanálise.

    Numero de artigos:
    18
  • Chave Pública

    Algoritmos de chave pública onde a cifragem é feita através de uma chave pública e a decifração é feita através de uma chave privada que não pode ser calculada com base na chave pública.

    Numero de artigos:
    4
  • Dispositivos de Cifragem

    As cifragens podem ser feitas com o auxílio de réguas, cilindros, máquinas e hardware, tudo especialmente projetado para obter criptogramas com mais rapidez e com menos erros. A evolução destes dispositivos sempre dependeu de dois fatores: a evolução da própria criptografia e a evolução das técnicas mecânicas, elétricas e eletrônicas.

    Numero de artigos:
    7
  • Cifras de Fluxo

    A grande maioria dos algoritmos criptográficos atuais são cifras de bloco. As cifras de fluxo, que convertem o texto claro em texto cifrado bit a bit, ainda são objeto de pesquisa e têm uma aplicação prática muito discreta. O motivo é que as cifras de fluxo dependem de geradores randômicos de chaves que, apesar da aparente simplicidade, são difíceis de implementar através de software ou de hardware.

    Numero de artigos:
    1
  • Exercícios on line

    Tradicionalmente a criptologia de lápis e papel é a criptologia amadorística, um entretenimento do tipo quebra-cabeça onde os únicos instrumentos usados para resolver charadas criptográficas são o lápis, o papel e... o cérebro! Os exercícios aqui apresentados referem-se a sistemas de cifragem explicados nos tópicos de Substituição, Transposição, Códigos e Esteganografia da Criptografia NumaBoa. Podem ser facilmente resolvidos com lápis e papel, mas com maior facilidade com as ferramentas on line.

    Numero de artigos:
    6
  • Curso de Criptologia

    A matemática faz parte do arsenal de ferramentas dos criptólogos, tanto dos profissionais quanto dos amadores. Mas não se assuste, aproveite para conhecer a criptologia sob um novo ângulo e para perder o medo da matemática.

    Numero de artigos:
    2
  • Criptoanálise

    Fundamentos, informações e métodos essenciais para "quebrar" e para medir a segurança de sistemas criptográficos.

    Numero de artigos:
    18
  • Cifras de bloco

    Com o advento do computador foi possível trabalhar com números ao invés de letras ou outros caracteres gráficos, um diferencial importante no cenário da criptologia. O trabalho incrivelmente entediante e extremamente susceptível a erros quando feito manualmente foi passado para as máquinas - os humanos, agora, apenas criam funções e observam os resultados.

    A máquina de cáculos chamada computador muda a história da criptografia e da criptoanálise e, como sempre, também a história da humanidade.

    Nos anos da década de 1970, a primeira cifra de bloco que ficou conhecida mundialmente foi a DES (Data Encryption Standard). Representou uma importante evolução na criptografia. Evolução significa melhorar algum processo (ou alguns processos) já conhecido com a adição de novas capacidades. Esta é a história da cifra de bloco DES, baseada nos processos clássicos da substituição e da transposição. Alguns lances de genialidade transformaram totalmente o cenário e fizeram a balança pender para o lado da criptografia. Pela primeira vez, a eterna concorrência entre fazer códigos e quebrá-los está num ponto em que a criptografia está ganhando a corrida e a criptoanálise parece ficar para trás.

    Numero de artigos:
    9
  • Indecifrados

    Textos que, apesar de todos os esforços, continuam escondendo os seus segredos. Muitos deles estão associados a fatos curiosos e histórias incríveis. Que tal tentar decifrá-los?

    Numero de artigos:
    1

Informações adicionais