A Aldeia Numaboa ancestral ainda está disponível para visitação. É a versão mais antiga da Aldeia que eu não quis simplesmente descartar depois de mais de 10 milhões de pageviews. Como diz a Sirley, nossa cozinheira e filósofa de plantão: "Misericórdia, ai que dó!"

Se você tiver curiosidade, o endereço é numaboa.net.br.

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Oficina

WireShark - o devorador de pacotes

Seg

7

Mai

2007


21:20

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Vamos dar uma olhada mais de perto neste pacote só para ir se acostumando com a sequência de acontecimentos. Clicando no pacote 5, os painéis de resultado mostram o seguinte (Fig.4):

Painéis
Fig.4 - Os painéis de resultado

O painel superior contém a lista dos pacotes capturados, onde o pacote 5 está destacado. Os outros dois painéis contém informações sobre este pacote.

No painel do centro aparecem quatro barras com um botão [+] no lado esquerdo. Clicando neste botão, as informações sob este título são mostradas. Para esclarecer um pouco o que tudo isto quer dizer, é bom dar uma recordada como um pacote TCP é fabricado.

O protocolo TCP (Transmission Control Protocol - Protocolo de Controle de Transmissão) é acionado pelo aplicativo que, no nosso exemplo, é o browser. O browser fornece algumas informações para que o TCP possa montar seu pacote. Este primeiro pacote é passado para o protocolo IP (Internet Protocol) - responsável pelo roteamento, isto é, precisa definir a origem e o destino do pacote para que ele possa ser direcionado corretamente. O IP adiciona as informações que são da sua competência e "embrulha" o pacote recebido junto com o que ele produziu. Resultado: o pacote fica maior e já pode ser chamado de pacotão. O IP transfere este novo embrulho para a placa Ethernet que, como toda boa placa de rede, faz um novo embrulho adicionando seu endereço MAC e o MAC do destino - o pacotão vira um pacotaço, mais conhecido como frame Ethernet.

Bem, chegou a hora de conferir se a vó aqui não está falando bobagem :blush: Clique no título Transmission Control Protocol e observe no painel inferior, onde o pacote é mostrado na sua forma hexadecimal, o final do pacote em destaque: esta é a parte criada pelo TCP. Clique no título Internet Protocol e observe no painel inferior que o miolo do pacote é destacada. Finalmente, clique no título Ethernet II para ver o início do pacote destacado. Agora, adivinhe o que? Se clicarmos no título Frame, o pacotaço será destacado.

Para falar a verdade, esta história de pacote, pacotão e pacotaço é uma invenção minha só para facilitar o entendimento de como um pacote é criado. Quando falamos em pacotes, referimo-nos sempre ao produto final que transita pela Internet (o pacotaço).

Mas vamos continuar com a dissecação do pacote seguindo o roteiro comentado acima. A primeira conversa é entre o aplicativo e o TCP. O browser "explica" que a porta TCP de origem é a 3172 e que a porta TCP do destino deve ser a 80 (reservada para o HTTP). A porta de origem vai servir para direcionar a resposta e a porta do destino vai servir de informação para que o TCP da outra ponta saiba o que fazer. Se o botão [+] do título Transmission Control Protocol for clicado, vamos obter o seguinte (Fig.5):

porçãoTCP
Fig.5 - O pedaço do pacote criado pelo TCP

Como este pacote vai ser enviado com um pedido de sincronização, é quase que óbvio que a flag SYN precisa estar ligada. Clique na linha ".... ..1. = Syn: set" para identificar onde este bit se encontra dentro do pacote. Além das portas e do bit SYN, o resto pode esperar um pouco. Vamos dar uma olhada no que o IP aprontou.

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