Rodin
Seg 12 Nov 2012 22:18 |
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- Categoria: Texto não categorizado
- Atualização: Segunda, 22 Abril 2013 20:14
- Autor: vovó Vicki
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Hoje François-Auguste-René Rodin (1840-1917) faria 172 anos. Ontem fiz 64 e fiquei espantada que, há mais de cem anos, um dos maiores escultores da humanidade tenha produzido esculturas de tamanho impacto e à revelia dos costumes da sua época que ainda hoje são consideradas mais do que atuais - tornaram-se ícones da expressão do século 20 e continuam impávidas neste século 21. Se você continuar lendo este texto, garanto que identificará imediatamente quem estou falando.
Esta é a escultura do Pensador, originalmente denominada por Rodin de "O Poeta". Seja Pensador ou Poeta, acho que esta obra é a que identifica este gênio parisiense e a que mais me impressionou até hoje (até mais do que as esculturas de Michelangelo).
Observe o ar pensativo, a mão direita sob o queixo mostrando uma "dúvida cruel", a mão esquerda descansando sobre o joelho e cada detalhe dos olhos, do nariz, dos dedos e da postura... é a encarnação mais profunda de um poeta pensador que podemos imaginar.
Pois bem, aqui vão algumas informações sobre Rodin.
Suas primeiras esculturas foram feitas na cozinha de sua mãe com a massa que ela usava para fazer pão e, aos 14 anos, começou a frequentar uma escola de arte como ilustrador. Por três vezes Rodin foi recusado pela École des Beaux-Arts, uma das mais importantes escolas de arte da França. Mas o jovem não se deixava abater e, por mais de uma vez, para poder se manter, trabalhou como pedreiro, modelador e escultor ornamental.
Devido à intensidade e ao realismo sensual que sempre marcaram suas obras, Rodin tinha dificuldade em ser aceito. Era avançado e moderno demais para a época. Uma de suas obras favoritas - O Homem de Nariz Quebrado - reproduzia a face devastada de um homem, um parisiense pobre. Foi rejeitada pelo Salão de Paris em 1865 sob a alegação de estar inacabada e de não ter estética. Dez anos mais tarde, o mesmo Salão mudou seus critérios e aceitou a obra do escultor.
Em 1875-76 produziu A Idade do Bronze, uma escultura de tamanho realismo que Rodin foi acusado de haver coberto o modelo masculino vivo com o metal. Profundamente ofendido, pouco pode fazer para acabar com a controvérsia.
O Beijo, um trabalho realizado em 1888, causou novamente furor atiçando pruridos moralistas durante décadas. Numa exposição na cidade de Lewis, Inglaterra, realizada em 1913, os puritanos fizeram tantas objeções que a escultura precisou ser isolada por uma grade, além de ser coberta por panos. Em 1919, no Canadá, fotografias da obra foram censuradas. Em 1924, trinta e seis anos depois de criada, uma versão da escultura foi ocultada por um biombo de bambu numa exposição no Japão. Mesmo depois da sua morte, Rodin continuava a suscitar grandes reações com suas obras - sem dúvida nenhuma foi um dos melhores transformadores de ideias e de costumes da sua época, apesar de sua intenção não ter sido a de chocar o mundo
Apesar de tudo, querendo ou não, com sua estatutária Rodin chocou, fez repensar e mudou o jeito de ver a vida e o mundo. Mas quem era o ser humano atrás desta obra de tamanho impacto?
Era uma barbudo convicto, ou seja, durante a maior parte da sua existência hirsuta portou uma barba de dar inveja. Em nenhum dos registros fotográficos de Rodin que pesquisei ele aparece de óculos, apesar de ter sido sabidamente míope, muuuuito míope! Outra característica interessante de Rodin é que criava mais de uma versão das suas esculturas... beijo versão 1, beijo versão 2...
Além de míope e barbudão, consta que Rodin foi um grande conquistador. Dentre os inúmeros "casos", seu relacionamento com uma duquesa e o que teve com sua aluna de 19 anos Camille Claudel são os mais citados. A pobre aluna pirou perseguida pelo delírio de que Rodin queria "roubar" suas obras e acabou internada num hospício para o resto da sua vida.
Apesar da "variedade" de casos amorosos (que estranhamente, ao contrário das suas obras, não eram criticados e nem comoviam puritanos e guardiões dos costumes), Rodin pode contar com a amizade e o amor de Rose Beuret até o fim de sua vida. Conheceu-a aos 24 anos de idade, viveram uma vida tumultuada juntos e casaram-se duas semanas antes de Rodin morrer.
Ah! Antes que me esqueça. Não pensem que a ideia de escrever sobre Rodin tenha vindo do nada. Foi o todo-poderoso Google que chamou minha atenção com seu googlet, goo...sei lá o que. Então, não posso terminar este artigo sem citar a fonte da minha inspiração. Aqui vai: