A Aldeia Numaboa ancestral ainda está disponível para visitação. É a versão mais antiga da Aldeia que eu não quis simplesmente descartar depois de mais de 10 milhões de pageviews. Como diz a Sirley, nossa cozinheira e filósofa de plantão: "Misericórdia, ai que dó!"

Se você tiver curiosidade, o endereço é numaboa.net.br.

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Bronca na Aldeia

A volta da censura

Sex

27

Jun

2008


21:21

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Se é que existe uma coisa que me deixa extremamente preocupada é a censura. Há muitas décadas luto pela liberdade de informação com censura zero. Tá certo que é do meu jeito (meio sem jeito), mas brigo por este direito porque acredito que a informação não tem dono, é um patrimônio de todos nós. Fala-se muito em exclusão social, exclusão digital e outras tantas exclusões - tudo bem, mas a pior, na minha modesta opinião, ainda é a exclusão de informação porque sem a informação não podemos botar os neurônios para funcionar para formar nossas próprias opiniões ou para criar condições de aprendizado e progredir na vida. Corrijam-me se estiver errada: informação é cultura e educação, elementos essenciais para forjar planetãos (apelido que dei para cidadãos deste planeta).



Há algum tempo atrás nosso governo petista resolveu controlar (censurar) o que podia e o que não podia ser publicado na imprensa. Vocês se lembram da tentativa de expulsar o correspondente estrangeiro que se atreveu a escrever que nosso presidente era chegado numa 51? Deu com os burros n'água. O mesmo governo tentou criar um conselho federal e conselhos regionais para "fiscalizar" a atividade jornalística e novamente deu com os burros n'água. O motivo destes fiascos são simples de entender: a pronta reação da sociedade (ou seja, nós, os mortais comuns) e de todos os órgão da mídia (novamente, nós) fez com que o Planalto percebesse que o Brasil havia amadurecido o suficiente para não se deixar intimidar.

Até aí, tudo bem. Agora as ameaças vem de outro lado - O Executivo deu um pouco de sossego (são apenas algumas broncas do Lula contra alguns tópicos do noticiário e a censura inócua da classificação de filmes na TV e de peças de teatro) abrindo espaço para o Judiciário. Pelo País afora, juízes que parecem ter perdido a noção do valor concreto das liberdades públicas tomaram decisões absolutamente incompatíveis com o direito de informar e ser informado. Juízes eleitorais impuseram multas à Folha de São Paulo e à Veja por terem publicado entrevistas com a pré-candidata Marta Suplicy alegando propaganda antecipada; o mesmo fizeram com O Estado de São Paulo devido a um entrevista com o prefeito Gilberto Kassab... e por aí vai.

Foi com alívio que recebi a notícia de que os ministros do TSE deram um basta nesta barbaridade e que os processos deste tipo já instaurados serão engavetados. Mas fica aqui a pergunta:


Porque estes mesmos juízes voltaram suas baterias contra pseudo-propagandas eleitorais e não contra a elegibilidade de pessoas envolvidas em delitos, ou seja, porque não tomam uma atitude mais firme contra corruptos, estelionatários, formadores de quadrilha (e mais algumas gracinhas de bandidagem) que só querem, com o mandato, a imunidade parlamentar, o foro privilegiado e a oportunidade de enriquecimento ilícito?


Eu, hemmmmmm!!! Se os juízes estão perdidos, a única coisa que me resta é meu VOTO consciente!

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