Bronca na Aldeia
Propaganda de faculdade - A resposta
Sab 8 Set 2007 19:52 |
- Detalhes
- Categoria: Bronca
- Autor: vovó Vicki
- Acessos: 5593
Acabo de receber a resposta que a FUMEC lhe enviou depois da {vicki_il}bronca do Frank@801@2{/vicki_il}. Como a Aldeia é um espaço democrático, publico aqui a resposta da faculdade.
Assunto Re: Fale Conosco - Seu "outdoor"
enviado por fumec.br
Prezado Francisco, agradecemos seu contato. A seguir formas de utilização de "aonde" e "onde".
Defesa Campanha FUMEC
A base da linguagem publicitária é a linguagem coloquial, mais próxima da língua falada, utilizando os recursos da oralidade. Dessa forma optamos por usá-la na campanha da FUMEC, por acreditar que ela se aproxima mais do público jovem e seu modo de falar.
Na linguagem coloquial, no entanto, é muito comum vermos construções como "eu cheguei em São Paulo", "eu cheguei no cinema". Não é estranho trocar "onde" por "aonde" na língua do dia-a-dia ou em versos de letras de músicas populares, em que fatores como o ritmo e a melodia às vezes obrigam a uma determinada escolha gramatical para obter o efeito desejado.
Foi feita uma pesquisa em que consultamos manuais de redação, dicionários e até mesmo sites de renomados lingüistas, especialistas na Língua Portuguesa. Foi detectado que no próprio dicionário não existe distinção da palavra onde e aonde.
Mestre Aurélio abre uma extensa explicação no verbete aonde, onde conclui que os melhores autores, dos mais antigos aos mais modernos, não fazem distinção entre as duas formas. Eram bons dicionaristas, e não podiam negar a autoridade de todos aqueles escritores que sempre usaram como exemplo.
Aonde Adv.
1. A que lugar; lugar a que ou ao qual.
Interj.
2. Bras. Indica descrença ou dúvida ante uma afirmação: 2
[Logicamente não seria lícito confundir aonde, 'a que lugar', com onde, 'em que lugar'; e pela distinção entre um e outro se bateram, e ainda hoje se batem, muitos gramáticos e estudiosos. O uso dos melhores autores, porém, desde um Azurara, da fase arcaica da língua, até um José Régio ou um Miguel Torga, dos nossos dias, não distingue onde de aonde. Clássico dos mais reputados, Rebelo da Silva usa aonde por onde cerca de 40 vezes nos seus Contos e Lendas; uma delas (só para exemplificar), na pág. 20: Note-se, na abonação machadiana, que a métrica não se oporia à repetição do aonde. Cf. onde.]
Segundo o professor Cláudio Moreno, não existe diferença no uso desses vocábulos. Ele diz que os autores prescritivistas estão defendendo a existência de um padrão onde não havia nenhum; essa distinção rigorosa entre onde e aonde é coisa recente, de cinqüenta anos para cá (para uma língua humana, que vive milênios, isso não passa de um quarto de hora). Só o tempo vai dizer se ela está motivada por uma necessidade de criar uma distinção realmente útil ou se ela nasce daquela sanha repressiva que caracteriza muita regrinha tola e sem ciência que anda por aí. Nossos escritores clássicos, em que nossa gramática tradicional baseia a maior parte das regras que formula, usam indiferentemente onde e aonde. No séc. XVI, Camões encabeça a lista, ao escrever, nos Lusíadas trechos em que usa onde no lugar de aonde e vice-versa. Também Cláudio Manuel da Costa, vai mais longe: com aquela sensibilidade especial que os verdadeiros poetas têm para a língua, acabou fornecendo um notável exemplo em que a alternância de onde e aonde sugere que a escolha entre as duas formas obedece, na verdade, a um padrão sonoro (e não sintático). O professor Cláudio Moreno, inclusive, recomenda no site sempre o uso do onde: “Queres saber o que eu faço? Não uso nunca o aonde”.
Consuelo Falabella /Revisora
Reciclo Comunicação - 3289 0709
Atenciosamente,
Luciene Brigida
Universidade FUMEC
Portal:www.fumec.br