Babel dos Garranchos
O Latim
Qui 4 Jan 2007 18:29 |
- Detalhes
- Categoria: Alfabetos
- Atualização: Sábado, 18 Abril 2009 15:06
- Autor: vovó Vicki
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Há 2.500 anos atrás o Latim era apenas uma das línguas itálicas faladas na Itália central. Latim era a língua da região conhecida como Latium (o Lázio moderno) e Roma era uma das cidades do Latium. As inscrições em Latim mais antigas que se conhece datam do século VI a.C. e foram escritas em várias versões do alfabeto grego, o qual havia sido levado para a Itália por colonos gregos e pelos etruscos.
Inicialmente Roma foi governada por reis etruscos mas, em 509 a.C., os romanos derrubaram os etruscos, Roma tornou-se uma república governada por cidadãos eleitos e começou a expandir sua influência na Itália.
Depois da guerra civil entre Júlio César e Pompéia, em 49 a.C., César acabou com a república, declarou-se ditador e começou a expandir o império. César foi assassinado pelos republicanos em 44 a.C. e, depois disto, por muitos anos houve guerra civil. Em 31 a.C., Otaviano, filho adotivo de César, tornou-se vitorioso, trocou seu nome para Augustus e tornou-se o primeiro imperador romano. Virgílio, autor de Eneida, Horácio e outros poetas produziram suas obras durante o reinado de Augusto.
A expansão
O império romano logo se estendeu por grande parte da Europa, norte da África e Oriente Médio. O Latim era usado em todo o império como idioma oficial da lei, da administração e, cada vez mais, como a língua do dia-a-dia. A literatura era comum entre os cidadãos romanos e as obras de grandes autores latinos eram lidas por muitos.
Neste meio tempo, no leste do Mediterrâneo, o Grego continuava sendo lingua franca e os romanos cultos falavam tanto Latim quanto Grego. Na verdade, os exemplos mais antigos da literatura latina são as traduções das peças gregas e o manual de agricultura de Cato, as quais datam de 150 a.C.
A linguagem usada na literatura latina ancestral, o Latim clássico, era algo diferente do Latim falado, conhecido como Latim vulgar. Apesar disso, alguns escritores, como Cícero e Petrônio, usaram o Latim vulgar em suas obras. Com o passar do tempo, o Latim vulgar continuou a se distanciar do padrão literário e acabou evoluindo para as línguas itálicas/românicas modernas - Italiano, Francês, Espanhol, Português, Romeno, Catalão, etc.
O uso
Mesmo após o colapso do império romano ocidental em 476 d.C., o Latim continuou a ser usado como linguagem literária por toda a Europa central e ocidental. Uma quantidade enorme de literatura medieval em Latim foi produzida nos mais diferentes estilos, desde trabalhos científicos de escritores irlandeses e anglo-saxões até simples histórias e sermões para uma audiência maior.
Durante o século 15, o Latim começou a perder sua posição dominante na Europa como língua de estudiosos e religiosos. Foi amplamente substituído por versões escritas das línguas vernaculares européias, muitas das quais eram descendentes ou haviam sido fortemente influenciadas pelo Latim.
O Latim moderno foi usado pela Igreja Católica Romana até meados do século 20 e continua sendo eventualmente usado, principalmente na cidade do Vaticano, onde é uma das línguas oficiais. A terminologia latina é extensivamente usada por biólogos, paleontologistas e outros cientistas para dar nome a gêneros e espécies. Também é muito utilizada por médicos e advogados.
O alfabeto latino
Os romanos usavam apenas 23 letras para escrever em Latim:
Não havia letras minúsculas, I e V podiam ser usadas como vogais e como consoantes e K, X, Y e Z eram usadas apenas para escrever palavras de origem grega.
As letras J, U e W foram adicionadas ao alfabeto num estágio posterior para escrever em outras línguas diferentes do Latim. J é uma variante de I, U é uma variante de V e W foi introduzido como "duplo V" para fazer a distinção entre os sons [v] e [w].
Exemplo de Texto
Omnes homines dignitate et iure liberi et pares nascuntur, rationis et conscientiae participes sunt, quibus inter se concordiae studio est agendum.
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. (Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos)
Fontes
- The Story of Writing - Andrew Robinson - 1995, Thames and Hudson Ltd, London
- Omniglot, a guide to writing systems