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Categoria: A escrita

Atualização: Sábado, 27 Fevereiro 2010 15:35

Autor: vovó Vicki

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O papel tem sua história ligada a legítimos e nobres ascendentes. Além das placas de argila, ossos, metais, pedras e peles, o homem escreveu, desenhou e pintou em papiro, sobre o líber e, logo a seguir, em pergaminho.

Papiro e Pergaminho

Cyperus papyrus

Cyperus papyrus

O mais antigo papiro já encontrado foi escrito ao redor de 2200 a.C. e pertence ao Museu Britânico. O papiro foi suporte da escrita de uso corrente até os primeiros séculos da era Cristã em toda Europa. Sobre ele escreveram os antigos egípcios, os gregos e os romanos.

O papiro é feito com as películas da parte exterior da haste da planta aquática conhecida como Papiro (Cyperus papyrus). Estas películas são cortadas em tiras que, coladas umas às outras, formam folhas. As folhas são então superpostas com as fibras cruzadas (como na madeira compensada) para aumentar a espessura e a resistência do produto. Depois o "compensado" de papiro é polido com óleo e colocado para secar.

Dada a preciosidade do produto, era comum o papiro ser reciclado: raspava-se a tinta e reutilizava-se o papiro para novos desenhos ou escritos.

Os pergaminhos de origem animal datam do ano de 2000 a.C. e somente por volta do século 2 a.C. aparecem na forma de películas mais delgadas e mais finamente acabadas. Tornaram-se o principal suporte da escrita durante quase toda a idade Média. Havia ainda o palimpseto, termo que designa o pergaminho já usado e reaproveitado. O fenômeno do reaproveitamento do papiro repetiu-se com os pergaminhos... e pensar que existe um pessoal achando que a reciclagem é coisa moderna

O papel

Com a introdução do papel na Europa, os outros suportes de escrita e desenho desapareceram: o papiro deixou suas marcas nas palavras papel, paper, papier; o pergaminho nem isto. Foi longa e lenta a rota do papel a partir da sua invenção no ano 105 por T'sai Lun.

T'sai Lun inicialmente produziu papel por meio da polpação de redes de pesca e de trapos de tecido. Só mais tarde iria utilizar fibras vegetais. Os espécimes que chegaram até nossos dias provam que o papel feito pelos antigos chineses era de alta qualidade, comparával ao papel normal feito atualmente.

A rota do papel

O papel só conseguiu atingir a Europa por caminhos tortuosos e difíceis 10 séculos mais tarde. A fabricação do papel difundiu-se lentamente porque os chineses tentaram manter o segredo desta arte dentro das suas fronteiras. Conseguiram tal propósito até o ano de 751, quando os árabes capturaram alguns chineses conhecedores da técnica de fabricação, quebraram o monopólio chinês e iniciaram a produção de papel em Bagdá em 795. A partir desta data a difusão dos conhecimentos acompanharam a expansão muçulmana pelo norte da África até a Península Ibérica.

No século 16, os holandeses inventaram uma máquina - que ficou conhecida como holandesa - que permitia desfazer trapos, transformando-os em fibras. Em 1719 o francês Réaumur voltou às origens e sugeriu o uso da madeira como fonte de fibras para a produção do papel.

Na ausência de um método viável de branqueamento, até o final do século 18 o papel branco só podia ser feito a partir de trapos brancos, o que restringia sensivelmente a capacidade de produção. O consumo crescente, no entanto, exigiu processos mais eficientes e fez com que surgissem novos equipamentos para a produção de papel, entre eles a mesa "formadora" criada pelos irmãos Fourdrinier. Até 1821 a folha de papel formada era removida ainda úmida e posta para secar. Depois desta data, foram adicionadas à máquina sessões de prensagem e secagem da folha contra cilindros aquecidos a vapor. Este processo é utilizado até hoje.

Com a descoberta da América, encontrou-se um papel semelhante ao papiro, chamado Amatl, produzido pelos Maias e pelos Aztecas que usavam um processo diferente do utilizado para produzir papiro, mas a fonte das fibras também era de origem vegetal - eram extraídas pricipalmente de árvores do gênero Ficus. O amatl é fabricado ainda hoje no sudoeste do México e constitui fonte de renda para o povo da região.

Ainda existem países que produzem papel artesanal de maneira rudimentar e ancestral, como Índia, Paquistão, Nepal, Tibet, etc.

O Liber, palavra latina, é a entre-casca da árvore. Ele é usado para fazer papel e foi quem deu origem à palavra Livro.

Era comum escrever-se em folhas de plantas na China, daí a origem da expressão 'folha de papel'.

A palavra grega Biblos era a designação usada para várias folhas de papiro escritas, originando assim a palavra Bíblia.

Fontes

• Como fazer papel da artista Diva Elena Buss
• Celulose e Papel: Tecnologia de fabricação do Papel - Volume II