Babel dos Garranchos
O alfabeto ocidental e a língua portuguesa
Qui 18 Ago 2005 19:57 |
- Detalhes
- Categoria: A escrita
- Atualização: Domingo, 21 Fevereiro 2010 12:36
- Autor: vovó Vicki
- Acessos: 56125
As mensagens, na sua maioria, são compostas quase que exclusivamente por letras... letras do ALFABETO. Que símbolos gráficos são estes e de onde vieram? O texto que você está lendo neste momento é apenas um arranjo específico de letras traduzindo sons que seriam emitidos se eu estivesse falando ao invés de escrever. Wenn ich aber Deutsch schreibe, uso as mesmas letras para me comunicar em Alemão, and if I write English, bem... aí é Inglês. Mas nem sempre é assim, basta mudar o alfabeto e の方が fica mais difícil por que provavelmente você não conhece estes símbolos.
Um pouco de história
Durante milênios não era conhecida uma forma absolutamente precisa de comunicar ou registrar por escrito as palavras faladas. As civilizações antigas que mais contribuíram para o desenvolvimento da escrita e da humanidade ficavam em regiões com muita água e terras férteis. De acordo com a localização podemos dividi-las nas civilizações
- Entre os rios Tigre e Eufrates (Mesopotâmia), no Oriente Médio.
- Ao longo do rio Nilo, no Egito.
- Na região do Indo, no Paquistão e
- Ao longo do rio Huang-Ho (rio Amarelo), na China.
Ao redor de 4000 a.C. existiam, entre os vários povos, diversos sistemas de escrita, todos muito semelhantes porque se baseavam na ideografia, isto é, consistiam em representar as idéias por meio de pinturas ou desenhos. Esta é a chamada escrita pictográfica onde, para cada objeto, havia uma figura. Esta parece ter sido a origem de todas as formas de escrita. Apesar do grande número de símbolos que a compõem, ainda hoje pode ser utilizada para qualquer língua falada (que o digam os chineses e japoneses!)
Esse processo foi sendo desenvolvido pouco a pouco, culminando no verdadeiro elemento fonético representado pela escrita cuneiforme na Mesopotâmia e a hieroglífica no Egito. Ao redor de 3000 a.C., determinados sinais, independentemente da sua forma, representavam determinados sons e passaram a ter um valor fonético isolado. Nesta época, valores fonéticos eram inseridos no sistema de ideogramas. A escrita cuneiforme baseava-se numa fonética silábica e a hieroglífica era ora silábica, ora consoante. Em outras palavras, esses caracteres tinham um valor ora ideográfico ora fonético e, ainda quando fonéticos, podiam representar uma multiplicidade de sons. Para entender o texto escrito era necessário conhecer a língua na qual ele estava escrito.
As chamadas escritas verdadeiras baseiam-se em alfabetos, ou abecedários, onde os caracteres simbolizam apenas sons básicos - consoantes e vogais. A maioria dos alfabetos que se conhece, dos mais antigos aos atuais, são compostos por 22 a 30 letras. Aliás, a palavra alfabeto se origina do som das suas primeiras letras: das gregas Alfa e Beta ou das semíticas Aleph e Beth.
É impossível determinar com exatidão a data do aparecimento do alfabeto. Em dezesseis textos escritos em língua semítica, achados em Serabit-el-Khaden, na península do Sinai, existem cerca de 27 sinais diferentes, semelhantes aos hieroglifos, mas de critério nitidamente alfabético. Discute-se, entretanto, se a data destes documentos é de 1900 a.C. ou do começo do primeiro milênio.
No começo de 900 a.C., a Grécia adotou o alfabeto fenício, que tomou feitio próprio no século IV a.C. com a formação definitiva do alfabeto jônico, composto por 24 letras e que ainda hoje é utilizado.
É mais do que provável que todos os alfabetos europeus tenham se originado do alfabeto fenício. O alfabeto latino, depois adotado em toda Europa, teve a sua origem no alfabeto grego. No começo, possuía apenas 16 letras. As letras G, H, J, K, Q, V, X e Y foram adotadas posteriormente.
O conjunto de caracteres da escrita japonesa e chinesa não é propriamente um alfabeto. O número de caracteres japoneses, por exemplo, é de 3000 a 4000, baseados uns no sistema ideográfico e outros no fonético silábico.
O alfabeto ocidental
O alfabeto ocidental atual é o alfabeto latino de 26 letras, adotado também pelos países de língua portuguesa. Ele é composto por:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y ZOs países de língua portuguesa
Espalhada pelos cinco continentes, a língua portuguesa figura entre as dez mais faladas do planeta. Estruturada a partir do século XII, desde o século XV ultrapassou as fronteiras da península Ibérica acompanhando as caravelas lusitanas na aventura das grandes navegações.
O Português é a língua oficial de 220 095 800 pessoas (Dados de 2001), assim distribuídas:
República Popular de Angola | 12 800 000 hab. |
República Federativa do Brasil | 169 800 000 hab. |
República de Cabo Verde | 434 800 hab. |
República da Guiné-Bissau | 1 200 000 hab. |
República de Moçambique | 18 600 000 hab. |
República Portuguesa | 16 336 000 hab. |
República Democrática de São Tomé e Príncipe | 175 000 hab. |
República Democrática de Timor-Leste | 750 000 hab. |
Os oito países que têm o português como língua oficial são chamados de lusófonos e, apesar da incorporação de vocábulos nativos, de certas particularidades de sintaxe, pronúncia e grafia, a língua portuguesa mantém uma unidade.
O Português também é falado em pequenas comunidades, reflexo de povoamentos portugueses datados do século XVI. É o caso de Zanzibar (na Tanzânia, costa oriental da África); Macau (possessão portuguesa encravada na China); Goa, Diu, Damão (na Índia); Málaca (na Malásia); Timor (na Indonésia).
O sistema ortográfico adotado atualmente no Brasil é o aprovado pela Academia Brasileira de Letras, na sessão de 12 de agosto de 1943, e simplificado pela Lei nº 5.765, de 18 de dezembro de 1971. O alfabeto possui 23 letras:
A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X ZAlém dessas letras, há três que só podem ser usadas em casos especiais: K, W e Y.
A partir de 1° de Janeiro de 2009 entrou em vigor uma nova Reforma Ortográfica (ou Acordo Ortográfico). Além de alterar a grafia de algumas palavras, o alfabeto passou a incorporar as letras K, W e Y (finalmente!) e tem novamente 26 letras.