A cifra de Vigenère *
Qui 28 Set 2006 10:40 |
- Detalhes
- Categoria: Substituições Polialfabéticas
- Atualização: Domingo, 14 Junho 2009 17:37
- Autor: vovó Vicki
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O francês Blaise de Vigenère (1523 - 1596) usou a criptografia como instrumento de trabalho durante anos. Com a idade de 39 anos resolveu abandonar a carreira diplomática e dedicar-se exclusivamente aos estudos.
Em 1586 Vigenère publica seu livro de criptologia, o Traité des chiffres où secrètes manières d'escrire, no qual descreve detalhadamente sua cifra de substituição polialfabética com palavra-chave e apresenta uma tabela de alfabetos cifrantes que ficou conhecida como Carreiras de Vigenère.
O grande mérito do autor desta cifra foi o de aperfeiçoar um método que já tinha sido proposto por outros estudiosos, mas que precisava ser estruturado para oferecer a segurança necessária. Vigenère baseou-se em Alberti e Trithemius, como também em alguns contemporâneos, como Bellaso e Della Porta.
Características
- A cifra de Vigenère pertence à classe de substituições com palavra-chave.
- O tipo da substituição é polialfabética monogrâmica (ou monográfica) porque faz uso de vários alfabetos cifrantes (polialfabética) aplicados individualmente (monogrâmica) aos caracteres da mensagem clara.
- O método faz uso de chaves, que podem ser palavras ou frases.
- A segurança da cifra era alta para a época - hoje é considerada baixa. Foi somente em 1863 que o criptólogo alemão Kasiski descobriu como quebrar a cifra de Vigenère. O matemático inglês Charles Babbage já havia quebrado a cifra em 1854, fato que ficou desconhecido por muito tempo porque não publicou sua descoberta.
Carreiras de Vigenère
A tabela abaixo mostra as carreiras de Vigenère. O cabeçalho da tabela (a linha superior) é o alfabeto e a coluna lateral esquerda mostra o deslocamento dos caracteres. Na linha 0, entra o alfabeto com deslocamento 0; na linha 1 os caracteres são deslocados em uma posição (o alfabeto começa com a letra B); na linha 2 os caracteres são deslocados em duas posições e assim sucessivamente.
Para cifrar a primeira letra do texto claro com a primeira letra da chave, procura-se a letra do texto claro no cabeçalho e a letra da chave na coluna da esquerda. A letra encontrada na intersecção das duas referências será a substituta da letra do texto claro. Por exemplo, uma letra D do texto claro com a chave G será substituída pela letra J.
O processo de substituição manual é muito sujeito a erros porque a leitura é penosa e, depois de algum tempo, bastante fatigante. Trabalhar com réguas sobre a tabela de alfabetos cifrantes também acaba cansando. Devido a este fato, a partir de 1880, muitos criptólogos passaram a utilizar a chamada Régua de Saint-Cyr.
EXEMPLO DA CIFRA DE VIGENÈRE
Como exemplo, vamos cifrar TEMOS UM NOVO PRESIDENTE com a palavra-chave NUMABOA:
Texto Claro | T | E | M | O | S | U | M | N | O | V | O | P | R | E | S | I | D | E | N | T | E |
Chave | N | U | M | A | B | O | A | N | U | M | A | B | O | A | N | U | M | A | B | O | A |
Deslocamento | 13 | 20 | 12 | 0 | 1 | 14 | 0 | 13 | 20 | 12 | 0 | 1 | 14 | 0 | 13 | 20 | 12 | 0 | 1 | 14 | 0 |
Cifrado | G | Y | Y | O | T | I | M | A | I | H | O | Q | F | E | F | C | P | E | O | H | E |
Para cifrar um texto, convenciona-se uma palavra-chave. No exemplo é NUMABOA. Neste caso, os alfabetos cifrantes N, U, M, A, B, O e A serão utilizados sucessivamente para cifrar a mensagem.
CONFIRA A CIFRA
Para uma cifragem lenta, clique repetidamente em [Cifrar mensagem].
Referências
Le chiffre de Vigenère de Didier Müller.