A Aldeia Numaboa ancestral ainda está disponível para visitação. É a versão mais antiga da Aldeia que eu não quis simplesmente descartar depois de mais de 10 milhões de pageviews. Como diz a Sirley, nossa cozinheira e filósofa de plantão: "Misericórdia, ai que dó!"

Se você tiver curiosidade, o endereço é numaboa.net.br.

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Criptografia Numaboa

Sir William Brook O'Shaughnessy

Sex

24

Nov

2006


21:57

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William pertence ao clã irlandês dos O'Shaughnessy, figuras ilustres cuja história remonta aos anos 300 d.C.

Dr. O'Shaughnessy
Dr. O'Shaughnessy
(1809-1889)
Armas

O'Shaughnessy estudou medicina e, aos 22 anos de idade, demonstrou a importância do uso intravenoso de soluções salinas em pacientes em condições críticas de desidratação (quem é da área da Medicina sabe a importância deste achado!). O cirurgião entrou na Companhia das Índias Ocidentais em 1833 e foi residir na Índia. Em 1861 era major-cirurgião e professor de química na Faculdade de Medicina de Calcutá.

Foi o Dr. O'Shaughnessy quem introduziu a cannabis (a maconha, sim senhores!) na medicina ocidental. Também se tornou famoso por ter implantado o serviço de telégrafo na Índia, sendo designado para ser o primeiro Superintendente da Electric Telegraphs e, em 1855, seu primeiro Diretor Geral.

Em 1833, aos 24 anos, enquanto atuava como cirurgião assistente na Cia. das Índias, O'Shaughnessy começou a fazer experiências com a eletricidade. Inventou um motor elétrico e uma bateria de cloreto de prata. Depois, em 1839, instalou um sistema experimental de telegrafia, com cerca de 22 km, perto de Calcutá. É preciso salientar que o sistema de O'Shaughnessy foi um trabalho totalmente independente.

Apenas dois anos antes Samuel Morse havia construído seu famoso sistema de demonstração nos EUA, porém O'Shaughnessy desconhecia este trabalho. Também não tinha conhecimento dos trabalhos dos britânicos Cooke e Wheatstone. Seu telégrafo usava um código diferente e, inicialmente, ele transmitia as mensagens através de uma série de pequenos choques elétricos aplicados nos dedos do operador. Também é dele uma invenção ímpar: num certo trecho do sistema, ao invés de fios, ele usou 4 km do rio Hooghly para completar o circuito. Jogou os fios na água e deixou que ela fizesse o contato.

O'Shaughnessy publicou um panfleto sobre o sistema, porém não conseguiu despertar nenhum interesse. Finalmente, em 1847, Lord Dalhousie torna-se Governador Geral da Índia. Dalhousie, preocupado com obras públicas, construíu estradas, canais, estradas de ferro, organizou um serviço de navios a vapor para a Inglaterra e um sistema postal. É claro que Dalhousie foi o primeiro a perceber o potencial do sistema telegráfico de O'Shaughnessy. Imediatamente permitiu que uma linha de mais de 40 km fosse construída perto de Calcutá.

O telégrafo na Índia

Dado o sucesso do empreendimento, em 1851 o Governador Geral solicitou a O'Shaughnessy que construísse um sistema completo que atravessasse todo o território indiano. Ainda na fase de construção, o sistema já rendeu frutos: ajudou os britânicos na Guerra da Criméia. Em 1854, após 3 anos lutando e vencendo problemas técnicos e burocráticos, a obra estava terminada. A esta altura, O'Shaughnessy já tinha conhecimento dos sistemas de telégrafo americano e inglês, mas isto não facilitou as coisas - significava que ele teria que inventar seu próprio equipamento para evitar disputas de patentes. Também foi obrigado a trabalhar com materiais, condições e métodos de construção locais. Foi obrigado a inventar seu próprio transmissor de sinais e a criar seu modo particular de instalar os fios.

Em 1856 os britânicos haviam implantado 6.500 km de linhas no sistema telegráfico da Índia que ligava Calcutá, Agra, Bombaim, Peshawar e Madras. Em nenhum outro lugar do mundo havia um sistema de tal porte fucionando perfeitamente. A obra do inventor visionário O'Shaughnessy garantiu o controle dos ingleses. Este sistema, que conectava toda a administração colonialista inglesa, foi decisivo para sufocar o Levante de Sepoy. Um rebelde capturado, sendo levado para a prisão, apontou uma linha telegráfica e gritou a plenos pulmões: "Aí está a corda maldita que nos estrangula".

Podemos questionar o colonialismo britânico do século 19, mas temos que admirar O'Shaughnessy. Sua persistência e criatividade nos mostram que uma pessoa pode fazer uma imensa diferença.

Observações adicionais

Você deve estar se perguntando o que o telégrafo de O'Shaughnessy tem a ver com a criptologia. O mais importante, neste caso, foi o espírito empreendedor do inventor. Fazendo seu invento sair do papel e influenciar diretamente a vida das pessoas, fez com que governos e forças armadas imediatamente se mobilizassem para melhorarem as comunicações, importantes em tempos de paz e vitais em tempos de guerra.

Facilitar as comunicações significa aumentar o fluxo de informações, muitas delas absolutamente confidenciais. A criptografia, até então um procedimento que usava unicamente lápis e papel, precisa ser repensada. Os riscos aumentaram porque havia mais pessoas envolvidas no processo: entre remetente e destinatário existiam os operadores de telégrafo e eventuais entregadores de mensagens. Pela primeira vez o sistema centralizado de correio deixava de ser o ponto chave da espionagem. Agora havia fios de transmissão e agências de telégrafo espalhadas por toda parte.

Fontes
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