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Criptografia Numaboa

Padre Roberto Landell de Moura

Sex

24

Nov

2006


20:50

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Roberto Landell de Moura, gaúcho, nascido em Porto Alegre, numa casa de esquina da rua Bragança, hoje Marechal Floriano Peixoto, com a antiga Praça do Mercado, aos 21 de janeiro de 1861, foi batizado juntamente com sua irmã Rosa, a 19 de fevereiro de l863, na igreja do Rosário da qual, anos mais tarde, viria a ser vigário. Landell de Moura era o quarto de quatorze irmãos, sendo seus pais o Sr. Ignácio José Ferreira de Moura e Sara Mariana Landell de Moura, ambos descendentes de tradicionais famílias rio-grandenses - o pai era descendente de portugueses e a mãe de escoceses.

Landell de Moura
Padre Landell
(1861-1928)

Roberto Landell de Moura estudou com o pai as primeiras letras. Freqüentou a Escola Pública do Professor Hilário Ribeiro, no bairro da Azenha e, a seguir, entrou para o Colégio do Professor Fernando Ferreira Gomes. Com 11 anos, em 1872, estudou no Colégio Jesuíta de Nossa Senhora da Conceição, de São Leopoldo-RS, onde concluiu o curso de Humanidades. Após isto seguiu para o Rio de Janeiro, onde foi cursar a Escola Politécnica. Em companhia do seu irmão Guilherme, seguiu para Roma, onde ambos estudaram direito canônico. Em 22 de março de 1878 matriculou-se no Colégio Pio Americano, cursando simultaneamente Física e Química na Universidade Gregoriana. Em 28 de outubro de 1886 foi ordenado Padre.

Em fevereiro de 1887 foi nomeado capelão da Igreja do Bomfim e professor de História Universal no Seminário Episcopal de Porto Alegre. Em 1891 foi conduzido a vigário, por um ano, na cidade de Uruguaiana-RS. Em 1892 foi transferido para o Estado de São Paulo, onde foi vigário em Santos, Campinas e Santana e capelão do Colégio Santana. Em julho de 1901 partiu para os Estados Unidos da América do Norte. Retornou a São Paulo em 1905 para dirigir as Paróquias de Botucatu e Mogi das Cruzes. Em 1908 voltou ao Rio Grande do Sul, onde dirigiu a Paróquia do Menino Deus e, em 1916, a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário.

Landell, o cientista operário

Padre Landell foi um dos pioneiros na descoberta do telefone sem fio (ou rádio, como é hoje conhecido), o precursor da radiotelefonia, o bandeirante da própria televisão, o descobridor das Ondas Landellianas. Em 1893, muito antes da primeira experiência realizada por Guglielmo Marconi, o gaúcho Padre Landell de Moura realizou em São Paulo, do alto da Av. Paulista para o alto de Sant'Ana, as primeiras transmissões de telegrafia e telefonia sem fio, com aparelhos de sua invenção. A distância aproximada entre aparelhos transmissor e receptor era de uns oito quilômetros em linha reta. O fato foi presenciado pelo Cônsul Britânico em São Paulo, Sr. C. P. Lupton, autoridades brasileiras, o povo e vários capitalistas paulistanos.

Esta foi a primeira radiotransmissão da qual se tem notícia na história, pois Marconi iniciou as experiências com seu telégrafo sem fio um ano mais tarde! Em virtude do brilhante êxito de suas experiências inéditas, em nível mundial, Landell obteve uma patente brasileira para um "aparelho destinado à transmissão phonética à distância, com fio ou sem fio, através do espaço, da terra e do elemento aquoso", patente nº. 3.279. Era o dia 09 de março de 1901. O mérito do Padre Landell é ainda maior se considerarmos que desenvolveu tudo sozinho. Era dessas pessoas que, além do seu lado místico, integrava em sua personalidade o gênio teórico e o lado prático para a construção de seus aparelhos.

Radiotransmissor
Réplica do primeiro radiotransmissor do mundo

Ele era o cientista, o engenheiro e o operário ao mesmo tempo. Consciente de que suas invenções tinham real valor, o Padre Landell partiu para os Estados Unidos da América, quatro meses depois, com o intuito de patentear os seus aparelhos.

Obteve três patentes em Washington, EUA: "Transmissor de Ondas" - precursor do rádio, em 11 de outubro de 1904, patente de nº. 771.917; "Telefone sem fio" e "Telégrafo sem fio", em 22 de novembro de 1904, patentes de nºs. 775.337 e 775.846. Nestas patentes agrega vários avanços técnicos como transmissão por ondas contínuas, por meio da luz, princípio da fibra ótica e por ondas curtas; e a válvula de três eletrodos, peça fundamental no desenvolvimento da radiodifusão e para enviar mensagens. Também em 1904 o Padre Landell começa a projetar, de forma precursora, a transmissão à distância de imagens (ou seja, a televisão!) e de textos (teletipo).

Como conseqüência das suas descobertas, a Marinha de Guerra do Brasil, logo no retorno de Landell de Moura ao Brasil, em 1º de março de 1905 realizou experiências com a telegrafia por centelhamento no encouraçado Aquidabã. Foram usados os aparelhos patenteados no Brasil em 1901 e nos EUA em 1904. A Marinha de Guerra é a pioneira no Brasil da radiotelegrafia permanente.

Roberto Landell de Moura foi Cônego do Cabido Metropolitano de Porto Alegre. Em 17 de setembro de 1927 foi elevado pelo Vaticano a Monsenhor e, seis meses antes de falecer, foi nomeado Arcediago, promoções que lhe foram feitas merecidamente. A Igreja Católica, reconhecendo e apoiando seu trabalho como cientista, concedeu-lhe permissão especial para viajar para os Estados Unidos da América, onde permaneceu por quatro anos para patentear seus inventos. Aos 67 anos, no dia 30 de junho de 1928, sábado, às 17:45 horas, morreu abatido pela tuberculose num modesto quarto da Beneficência Portuguesa de Porto Alegre, cercado apenas por seus parentes e meia dúzia de amigos fiéis e devotados.

Patrono dos Radioamadores Brasileiros

Por seu pioneirismo nas telecomunicações, o Padre Roberto Landell de Moura é considerado o "Patrono dos Radioamadores Brasileiros". Na verdade foi o 1º radioamador brasileiro em telegrafia e telefonia.

As patentes de Landell de Moura

O Padre Roberto Landell de Moura obteve três patentes em Washington, EUA: "Transmissor de Ondas" - precursor do rádio, em 11 de outubro de 1904, patente de nº. 771.917; "Telefone sem fio" e "Telégrafo sem fio", em 22 de novembro de 1904, patentes de nºs. 775.337 e 775.846.

Patente do Wave Transmitter
Patente do Wave Transmitter de 11 de outubro de 1904
Patente do Wireless Telegraph
Patente do Wireless Telegraph de 12 de novembro de 1904
Fontes
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