Criptografia Numaboa
William Frederick Friedman
Sex 24 Nov 2006 18:43 |
- Detalhes
- Categoria: História da Criptologia
- Atualização: Segunda, 15 Junho 2009 15:53
- Autor: vovó Vicki
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Wolfe Frederick Friedman, filho mais velho do intérprete Frederick Friedman e de Rosa Friedman, nasceu em 24 de Setembro de 1891 em Kishinev, então parte da Rússia Imperial e hoje Chisinau, capital da Moldávia. No ano seguinte a família emigrou para os Estados Unidos para escapar da perseguição aos judeus que aumentava cada vez mais na Rússia. A família se estabeleceu em Pittsburgh em 1893. Três anos mais tarde, quando o pai se tornou cidadão norte-americano, seu nome foi mudado de Wolfe para William.
Em 1909 William formou-se na Pittsburgh Central High School. Depois frequentou o Colégio Agrícola de Michigan, mas logo descobriu que não tinha vocação para ser agricultor. Desde a infância, ele sempre gostou de consertar coisas e de resolver problemas. Decide então abandonar o Colégio Agrícola e matricular-se no programa de genética da Universidade de Cornell. Após terminar os estudos, Friedman tornou-se geneticista no interior de Illinois. Durante sua estada em Illinois, durante seu tempo livre, ele também ajudava criptólogos a provar que Bacon havia escrito as obras de Shakespeare porque cifrava sua assinatura nas peças. Não demorou muito para perceber que a criptologia era o que realmente gostava de fazer.
William Friedman foi então contratado pelo Riverbank Laboratories, o que hoje seria chamado de um "celeiro de idéias", nos arredores de Chicago. Foi aí que se aprofundou no estudo de códigos e cifras. Tinha um interesse adicional: Elizebeth Smith, pesquisadora de criptoanálise do Riverbank e que se tornaria sua esposa.
Trabalhando para o governo dos EUA
Devido ao seu enorme sucesso em quebrar cifras, ao redor de 1917 torna-se o chefe do Departamento de Cifras. Nesta época os EUA acabam entrando na Primeira Guerra Mundial. Mensagens interceptadas são entregues a Friedman e ele as quebra sem exceção. Sua reputação aumenta e ele se torna um renomado professor de criptologia, além de escritor. Enquanto administra aulas para oficiais do exército, em 1917-1918, Friedman escreve manuais nos quais foi um dos primeiros a aplicar princípios matemáticos à criptologia. A década de 1920 foi um período no qual as invenções de uma grande variedade de máquinas mecânicas, a maioria com múltiplos rotores, acabaram produzindo códigos bem mais complexos do que todos os que se conheciam até então. Como criptoanalista chefe do Army Signal Corps, Friedman usou a matemática para quebrar os códigos gerados pelas novas máquinas.
Em 1921 foi promovido a Criptoanalista Chefe do Departamento de Guerra. Ao explodir a Segunda Grande Guerra, Friedman se envolveu com a Magic, o nome em código dado para a operação norte-americana para quebrar os códigos diplomáticos e militares dos japoneses. A Unidade Especial de Comunicação da Marinha norte-americana ajudou a monitorar o tráfego de mensagens em código enviadas pelo governo japonês e pelo Alto Comando Imperial para seus comandantes de mar e terra.
Em 1939 o Japão começou a utilizar uma nova máquina cifrante inventada por Jinsaburo Ito. O código desta máquina, codinome Máquina Púrpura, só foi quebrado por Friedman e sua equipe em Setembro de 1940. Entretanto, devido ao grande volume de inteligência recebido pelos integrantes do Magic, eles não foram capazes de fazer um alerta que avisasse o ataque a Pearl Harbor.
Em Janeiro de 1944, o coronel Friedman teve um colapso por excesso de trabalho, ficou internado por três meses no Walter Reed Hospital e depois foi exonerado com honras. Tornou-se então diretor de Pesquisas da Comunicação na Army Security Agency. William Friedman aposentou-se em 1955 e faleceu em decorrência de um ataque cardíaco em 2 de Novembro de 1969.
Na Galeria de Honra da NSA
A National Security Agency dos EUA, na sua Galeria de Honra, entre outras coisas, cita o seguinte: "Friedman deixou a Riverbank para se tornar um oficial em criptologia durante a Primeira Guerra Mundial, o início de uma brilhante carreira de serviços prestados ao governo. As contribuições de Friedman são mais do que conhecidas - autor prolífico, professor e profissional da criptologia. Talvez um dos seus maiores feitos tenha sido introduzir métodos matemáticos e científicos na criptologia e produzir material de treinamento usado por várias gerações de alunos. Seu trabalho aprimorou tanto os sinais de inteligência como a segurança dos sistemas de informação e muito do que hoje é feito na NSA pode ser atribuído aos esforços pioneiros de William Friedman".