Criptografia Numaboa
Blaise de Vigenère
Sex 25 Out 2002 00:00 |
- Detalhes
- Categoria: História da Criptologia
- Atualização: Terça, 14 Abril 2009 14:31
- Autor: vovó Vicki
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Blaise de Vigenère nasceu em 1523. Em 1549, aos 26 anos, foi enviado a Roma como adido da embaixada francesa para uma missão de 2 anos, ocasião em que conheceu Bellaso. Inicialmente seu interesse em criptologia era apenas prático, devido ao seu trabalho diplomático. Depois, aos 39 anos, Vigenère decidiu que já tinha estabilidade econômica suficiente para abandonar a carreira e concentrar-se apenas em estudos.
Foi somente nesta época que começou a examinar detalhadamente as idéias de seus predecessores, tomando contato com os textos de Alberti, Trithemius e Della Porta. Transformou estas idéias numa cifra poderosa e consistente que leva seu nome até hoje. O que poucos sabem é que a chamada Cifra de Vigenère é uma corruptela da sua cifra original, cuja segurança é bem maior.
Em 1586 publicou o Traité des chiffres où secrètes manières d'escrire, no qual propõe sua célebre tabela de substituição. Na verdade, se observarmos a tabula recta de Trithemius e a tabela de Vigenère (logo abaixo), não encontramos nenhuma diferença. O que distingue a cifra de Vigenère é a forma de usar a referida tabela, também denominada carreiras de Vigenère.
AS CARREIRAS DE VIGENÈRE
A CIFRA DE VIGENÈRE
A cifra de Vigenère é uma substituição polialfabética. Seu método pode ser considerado como uma generalização do Código de César, só que, ao invés de deslocar cada letra um número fixo de posições para obter a letra cifrada, o deslocamento é variável e determinado por uma frase ou palavra-chave.
A grande força da cifra de Vigenère é que letras iguais são cifradas de maneiras diferentes. Por exemplo, um E do texto claro pode ser cifrado por qualquer uma das letras do alfabeto, como M, V, L ou P. Isto inviabiliza a aplicação da análise de frequência de ocorrência das letras dificultando muito a criptoanálise.
Esta cifra resistiu à criptoanálise por quase três séculos, apesar de ser relativamente fácil quebrá-la. O método foi desenvolvido independentemente por Babagge e Kasiski. Na verdade, a cifra que ficou conhecida como Cifra de Vigenère é uma simplificação da cifra original, muito mais segura porque usa um mecanismo de auto-chave. Mas o destino assim o quis e foi a cifra simplificada que ficou ligada ao nome de Vigenère.