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Criptografia Numaboa

Samuel Finley Breese Morse

Ter

6

Set

2005


13:55

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Na história das invenções, Samuel Morse figura como um dos poucos inventores que não era ligado à ciência. Estudou pintura na Europa, foi professor de artes, mas se imortalizou como inventor do telégrafo, uma invenção que revolucionou todo o sistema de comunicação no final do século XIX.

Morse
Samuel Morse (1791-1872)

O norte-americano Samuel Morse nasceu em Charlestown, Massachusetts, em Abril de 1791. Aos quatro anos de idade mostrava grande interesse pelo desenho e, aos 14, ganhava seu próprio dinheiro fazendo desenhos dos amigos e pessoas da cidade. Ainda na época de colégio, Morse escreveu uma carta aos pais dizendo que queria se tornar um pintor. Os pais, preocupados com o futuro do filho, preferiram transformá-lo num vendedor de livros. Foi o que acabou acontecendo: para não contrariar os pais, Morse passou a vender livros durante o dia e pintava à noite. Ante a persistência do filho, seus pais decidiram mandá-lo para Londres, onde estudou artes na Royal Academy.

Retornando dos estudos, casou-se com Lucretia Pickering Walker em 1818. Logo vieram os filhos, dois meninos e uma menina. A vida do casal não era fácil, pois Morse vivia de fazer portraits e não havia muitos interessados. Em 1825, morre sua esposa. Viúvo, volta para a Europa com seus filhos e uma cunhada.

Em 1832, quando a família retornava aos EUA no navio Sully, Morse ouviu alguns passageiros fazendo comentários sobre a eletricidade. Foi quando teve a idéia de que a eletricidade talvez pudesse transmitir mensagens e, a partir daí, dedicou o resto da viagem no desenvolvimento do que viria a ser seu grande invento.

Protótipo
Protótipo usando um
esticador de telas

Chegando em casa, Morse começou a construir o que chamou de telégrafo usando um esticador de telas de pintura. Apesar de ser simples e eficiente, a invenção não despertou o mínimo interesse. Para se manter, Morse trabalhava como professor de pintura e escultura. Sua situação era tão crítica que seus alunos precisavam garantir sua sobrevivência fornecendo-lhe alimentos.

Desiludido com a arte, resolveu direcionar todos os seus esforços apenas para o telégrafo. Finalmente, em 1837, Morse expôs seu invento na sua sala de aula, na esperança de que algum interessado investisse no empreendimento. Foi quando Alfred Vail, Leonardo D. Gale e Morse se tornaram sócios. O projeto foi melhorado e Morse foi para a França e a Inglaterra para divulgá-lo. Mais uma vez, porém, o telégrafo eletro-magnético não despertou interesse. Morse, então, recorreu ao Congresso Americano, pedindo subsídios para testar o telégrafo. Além disso, em 1842, inseriu um anúncio nos jornais de Nova Iorque convidando a população para uma demonstração do seu invento. Puxou um fio atravessando a baía de Nova Iorque e instalou dois telégrafos, um em cada lado da baía. Tudo funcionava perfeitamente quando, na manhã do dia da apresentação, pescadores cortaram o fio e a demonstração precisou ser cancelada. Apesar da sucessão de infortúnios, Morse não desanimou.

Receptor
Receptor usado no
Congresso em 1844
Smithsonian Museum

Dois anos mais tarde, em 1844, na última sessão do ano, o Congresso aprovou sua invenção. Morse e seus sócios tiveram dois meses para puxar uma linha telegráfica entre Baltimore e Washington para provar a utilidade da "nova" invenção. Após árduo trabalho, finalmente, em 24 de Maio de 1844, a mensagem "What hath God wrought", transmitida em Código Morse a partir do Capitólio em Washington, alcança Baltimore sem problemas e Samuel Morse finalmente recebe o devido reconhecimento. Tendo dedicado a maior parte da sua vida às artes, acaba se tornando um marco na história da comunicação.

Com quase 60 anos, em 1848, Morse casou-se com sua prima de 26 anos, Sarah Elizabeth Griswold. Deste casamento, nasceram mais quatro filhos, três meninos e uma menina. Aos 80 anos, em Nova Iorque, morreu de pneumonia no dia 2 de Abril de 1872.


Fontes

Informações adicionais