Criptografia Numaboa
A Linha do Tempo da Criptografia atual
Qua 31 Ago 2005 23:18 |
- Detalhes
- Categoria: História da Criptologia
- Atualização: Quarta, 22 Abril 2009 10:57
- Autor: vovó Vicki
- Acessos: 27038
O século XX foi marcado por duas guerras mundiais, grandes avanços na ciência e na tecnologia, intensa movimentação de pessoas e uma avalanche de informações. O ritmo foi se acelerando e as possibilidades se multiplicando até que a era digital tomou conta da vida de todos nós. Em poucos anos, as fantasias mais espantosas tornaram-se realidade e foram incorporadas como se já existissem há milênios: de Galileu a viagens à Lua, de Leornardo Da Vinci a aviões supersônicos, de Júlio Verne aos submarinos atômicos, tudo foi absorvido com uma naturalidade espantosa.
No texto "Uma viagem pelo tempo das certezas", Sérgio Augusto faz um excelente apanhado da época. Vale a leitura!
Substituição polialfabética e máquinas cifrantes. Estatística e Criptoanálise. | |||
Século XX | Os computadores são a expressão maior da era digital, marcando presença em praticamente todas as atividades humanas. Da mesma forma como revolucionaram a informação, também causaram uma reviravolta na criptologia: por um lado ampliaram seus horizontes, por outro tornaram a criptologia quase que indispensável. | ||
1901 | Guglielmo Marconi (1874-1937), Prêmio Nobel de Física em 1909, inicia a era da comunicação sem fio. Apesar da vantagem da comunicação de longa distância sem o uso de fios ou cabos, o sistema é aberto e aumenta o desafio da criptologia. Inicialmente a telegrafia sem fio utilizava apenas o código Morse, acessível a todos que captassem os sinais. Impunha-se a necessidade de codificações que garantissem o sigilo das mensagens. | ||
1913 | O capitão Parket Hitt reinventou o cilindro cifrante, desta vez em forma de fita, abrindo caminho para o M-138-A da Segunda Guerra Mundial. | ||
1916 | O major Joseph Oswald Mauborgne (1881-1971) passou a cifra de fita de Hitt novamente para a forma de cilindro, fortaleceu a construção alfabética e produziu o dispositivo que se transformaria no M-94. Em 1918 aperfeiçoou a cifra de Vernam, o One-Time-Pad (cuja tradução livre para o Português seria Bloco Descartável). | ||
1917 | William Frederick Friedman (1891-1969), o homem que criou o termo "criptoanálise" e que posteriormente será chamado de "pai da criptoanálise dos EUA", começa a trabalhar como criptoanalista civil no Riverbank Laboratories, que também presta serviços ao governo dos EUA. Mais tarde, Friedman cria uma escola de criptoanálise militar, inicialmente no Riverbank e depois em Washington. | ||
Um funcionário da AT&T, Gilbert Sandford Vernam (1890-1970), inventa uma máquina de cifragem polialfabética capaz de usar uma chave totalmente randômica e que nunca se repete. Esta máquina foi oferecida ao governo dos EUA para ser usada na Primeira Guerra Mundial, porém foi rejeitada. Foi colocada no mercado comercial em 1920. Vernam desenvolveu uma cifra inviolável, baseada na cifra de Vigenère, e que leva seu nome. Com o aperfeiçoamento feito por Mauborgne, nasce o One-Time-Pad. | |||
1918 | Os alemães começam a usar o sistema ADFGVX no final da Primeira Guerra Mundial. Era uma cifra baseada em substituição (através de uma matriz com chave), fracionamento e depois na transposição das letras fracionadas. Foi quebrada pelo criptoanalista francês, tenente Georges Painvin. | ||
Arthur Scherbius (1878-1929) patenteia uma máquina de cifragem e tenta vendê-la ao exército alemão, mas a máquina Enigma é rejeitada. Mais tarde, com algumas modificações, será a mais temida máquina de códigos, o grande desafio na Segunda Guerra Mundial. | |||
1919 | Hugo Alexander Koch patenteia na Holanda uma máquina cifrante baseada em rotores. Em 1927, passa os direitos de patente para Arthur Scherbius, inventor e distribuidor da máquina Enigma desde 1923. | ||
Arvid Gerhard Damm requer uma patente na Suécia para uma máquina cifrante com rotores mecânicos. Esta máquina, sob a orientação de Boris Caesar Wilhelm Hagelin (1892-1983), evoluíu para uma família de máquinas cifrantes. À frente dos negócios, Hagelin foi o único criptógrafo comercial do seu tempo que teve sucesso no seu empreendimento. Após a guerra, uma lei sueca que permitia ao governo apropriar-se de inventos que considerasse importantes e que deveriam ser defendidos, fez com que Hagelin se mudasse para Zug, na Suiça, onde sua firma foi incorporada pela Crypto AG. Esta empresa ainda está em atividade, apesar de estar envolvida numa controvérsia: alega-se que tenha enfraquecido um produto cifrante para poder vendê-lo para o Irã. | |||
1921 | Edward Hugh Hebern funda a Hebern Electric Code, uma empresa produtora de máquinas eletro-mecânicas de cifragem baseadas em rotores, que giram no estilo de odômetros, a cada caracter cifrado. | ||
1923 | Arthur Scherbius funda um empreendimento, o Chiffriermaschinen Aktiengesellschaft, para construir e finalmente conseguir vender sua máquina Enigma para o exército alemão. | ||
1924 | Alexander von Kryha produz sua "máquina codificante" que foi utilizada até os anos 1950, inclusive pelo Corpo Diplomático alemão. Entretanto, era criptograficamente fraca porque possuía um espaço de chaves muito pequeno. Um criptograma de teste, de 1135 caracteres, foi decifrado em 2 horas e 41 minutos pelos criptoanalistas Friedman, Kullback, Rowlett e Sinkov. Mesmo assim, a máquina continuou sendo comercializada e usada, um sucesso de vendas, mas um risco e uma lição para os consumidores de dispositivos criptográficos. | ||
1929 | Lester S. Hill publica seu livro Cryptography in an Algebraic Alphabet, no qual um bloco de texto claro é cifrado através de uma operação com matrizes. |
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