Criptografia Numaboa
Introdução aos dispositivos criptográficos
Seg 7 Nov 2005 22:52 |
- Detalhes
- Categoria: Dispositivos de Cifragem
- Atualização: Terça, 08 Novembro 2005 04:45
- Autor: vovó Vicki
- Acessos: 9994
Antes de existir uma mensagem secreta é necessário que exista uma mensagem clara. A mensagem clara pode ser escondida de tantas formas diferentes quantas forem criadas pela imaginação humana. Para isto podem ser usados artifícios que envolvam sons, imagens, símbolos, sinais ou qualquer outra coisa que possa ser percebida pelos sentidos. Se quisermos, até o gosto de uma refeição ou o cheiro de um perfume pode ser usado para transmitir uma mensagem secreta.
O fator primordial, analisando a criptologia por este aspecto, são os CINCO SENTIDOS: visão, audição, tato, olfato e paladar (o sexto sentido deixamos para a criptanálise ). Todos eles podem ser receptores de mensagens secretas. As máquinas e os dispositivos podem ser utilizados quando um dos sentidos falha ou quando quisermos facilitar a percepção de mensagens secretas. Esta é uma das suas aplicações.
Você deve se lembrar do caso do gás Sarin no metrô de Tóquio. Não que o gás tenha sido uma mensagem secreta... era secreto porque era invisível! O olfato humano não detecta o Sarin, ou seja, não recebe a mensagem de perigo. O "dispositivo" usado pela equipe de socorro foi algo insólito: canários. Utilizaram a extrema sensibilidade deste pássaro como um detector do gás. Foi muito estranho ver como o pessoal do socorro entrava nas estações subterrâneas carregando gaiolas, só que, se o pássaro tivesse um troço... o socorrista voltava correndo para o ar livre!
Para que um receptor possa receber uma mensagem, a ação de um transmissor é obrigatória, pois é o transmissor que vai tentar alertar ou fornecer informações a um dos cinco sentidos do receptor. O agente humano pode usar a fala e os gestos ou pode fazer uso de máquinas e dispositivos que facilitem e/ou melhorem a transmissão. Pode-se simplesmente falar em código, mas, para vencer a distância, também podemos falar em código pelo telefone. Pode-se batucar uma mensagem secreta ou então usar o telégrafo. Podemos entregar bits gravados num disquete ou enviá-los pela Internet.
Para que a mensagem secreta enviada pelo transmissor possa chegar ao receptor é preciso colocá-la num substrato qualquer e escolher um meio de transporte. Se eu falar algumas palavras em código para um ouvinte-receptor que esteja ao meu lado, a mensagem é constituída por ondas sonoras (o substrato) que se propagam pelo ar (o meio)... e depois se perdem. Se eu fizer alguns gestos para um receptor que esteja me vendo de longe, a mensagem é constituída pelas "figuras" no espaço que os gestos (o substrato) representam. Mas também é possível desenhar (meio) mensagens em pedras (substrato), escrevê-las (meio) em papel (substrato) ou gravá-las (meio) em fitas ou discos magnéticos (meio), todos processos diferentes, mas que funcionam perfeitamente.
E onde entram os dispositivos criptográficos? São úteis sempre que se queira agilizar, diminuir a ocorrência de erros e facilitar ou automatizar qualquer processo criptográfico, seja na elaboração, na transmissão, na recepção ou na decifração.
OS DISPOSITIVOS MAIS ANTIGOS
O uso de dispositivos ou máquinas criptográficas existe desde a Antiguidade. O mais antigo dispositivo de criptografia talvez seja o Bastão de Licurgo, uma "máquina" de criptografia datada de 487 a.C. e descrita nas transposições. Outro artefato muito interessante, datado de 200 a.C. é o telégrafo ótico de Políbio, cuja descrição você encontra nas substituições tomográficas.
AS MÁQUINAS DA RENASCENÇA
Foi apenas na Renascença, a partir de 1300, que começaram a surgir os primeiros dispositivos criptográficos de importância. Os primeiros foram os discos de cifragem, inventados nesta época. Como exemplo pode-se citar o Disco de Alberti (substituições) e a Grelha de Cardano (esteganografia).
AS MÁQUINAS RECENTES
A sofisticação dos dispositivos criptográficos foi aumentando a medida que a construção de máquinas em geral, o descobrimento de novos materiais e a engenharia foram evoluindo. Métodos criptográficos mais elaborados também acabaram gerando a necessidade de máquinas auxiliares, desde as menores e mais simples até engenhosos "dinossauros" mecânicos. Existem alguns exemplos muito interessantes que são descritos nesta seção de dispositivos criptográficos:
- Régua de Saint-Cyr
- Cilindros Cifrantes
- O princípio dos rotores
- Máquina das Diferenças
A máquina das diferenças foi inventada por Charles Babbage e foi incluída nesta lista porque a considero a tataravó do computador
AS MÁQUINAS E DISPOSITIVOS ATUAIS
Nem é preciso dizer que o principal dispositivo da atualidade é o computador. Mas não é o único e muito menos o primeiro. Nesta mesma seção são referidos alguns exemplos.