Calendários egípcios
Qua 3 Ago 2005 13:52 |
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- Categoria: Calendários
- Atualização: Domingo, 14 Junho 2009 16:05
- Autor: vovó Vicki
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O primeiro calendário egípcio baseava-se nos ciclos da Lua, porém tinha um grave inconveniente: não previa as inundações anuais do rio Nilo, um acontecimento que era vital para a sobrevivência deste povo. Observando mais atentamente o céu, os egípcios perceberam que havia um dia muito especial quando a "Estrela Cão", que chamamos de Sirius e que pertence à Constelação Canis Major (O Grande Cão), ficava visível um pouco antes do nascer do Sol. É que este chamado 'nascimento helíaco' sempre precedia a inundação em alguns dias. Baseados nestes conhecimentos, ao redor de 4.236 a.C., os egípcios integraram os ciclos solares ao seu calendário tornando-se, provavelmente, os primeiros a criarem um calendário solar com um ano de 365 dias.
As estrelas e os calendários egípcios
A estrela Sirius faz parte da Constelação Canis Major que faz par com a Constelação Canis Minor. O Grande Cão (fig.1) e o Pequeno Cão servem e pertencem ao caçador celeste, a Constelação de Orion. No antigo Egito, a estrela Sirius era venerada e representada pela Deusa Sothis, ou Isis Sotis, e pelo Deus Hermes Thot. Seu aparecimento no céu se dá no auge do Verão, o que explica porque coincidia com o momento da cheia do rio Nilo.
Os antigos egípcios tinham um sistema de 36 estrelas (incluindo Sirius) para marcar o ano. Depois de algum tempo, possuíam três calendários diferentes que foram usados por mais de 2.000 anos: um calendário estelar para a agricultura, um civil com um ano solar de 365 dias (12 meses de 30 dias mais 5 dias extras) e um calendário religioso, quase lunar, para os festivais. Calendários egípcios posteriores possuíam sofisticados sistemas de Zodíaco, como o mostrado na figura 2.
Os 12 meses do calendário religioso eram chamados de THOTH, PHAOPHI, ATHYR, CHOIAK, TYBI, MECHIR, PHAMENOTH, PHARMOUTHI, PACHOMS, PAYNI, EPIPHI e MESORE. No calendário civil, o ano era dividido em três estações de 4 meses: a estação 'Enchente' (Akket), quando o Nilo transbordava; a estação 'Continuar Adiante' (Pert), quando o Nilo voltava para o seu leito e os campos eram semeados; e a estação 'Deficiência' (Shemu), quando as águas estavam baixas e se fazia a colheita. Os meses deste calendário não possuíam nomes próprios - eram apenas chamados de primeiro mês da Enchente, terceiro mês da Deficiência, etc.
Os anos recebiam o nome dos reinados, por exemplo, 'ano 1, 2, 3, etc do Rei Fulano de tal'. Os dias do calendário civil também eram numerados de acordo com os respectivos meses. Deste modo, a referência de uma data civil podia ser 'Ano real 1, quarto mês de Inundação, dia 5, sob o reinado do Rei Fulano de tal'. No calendário lunar, no entanto, cada dia tinha um nome específico e, através destes nomes, foi possível deduzir que quatro quartos ou as principais fases da Lua eram conhecidas. Apesar disso, os egípcios não usaram estes quartos para dividir os meses em segmentos menores ou semanas.
Ao contrário de outros povos que usavam calendários lunares, os egípcios consideravam o início do dia ao nascer do Sol, e não com o por do Sol, porque iniciavam seus meses com o desaparecimento da velha Lua um pouco antes do amanhecer.
Como era costume nas civilizações antigas, as horas eram desiguais. As horas diurnas e noturnas eram divididas em 12 partes, só que a duração destas partes variava de acordo com as estações. Tanto os relógios d'água quanto os de sol eram construídos com notações que indicavam as horas para os diferentes meses e estações do ano. O padrão de hora de duração constante nunca foi usado no Egito antigo.