A Aldeia Numaboa ancestral ainda está disponível para visitação. É a versão mais antiga da Aldeia que eu não quis simplesmente descartar depois de mais de 10 milhões de pageviews. Como diz a Sirley, nossa cozinheira e filósofa de plantão: "Misericórdia, ai que dó!"

Se você tiver curiosidade, o endereço é numaboa.net.br.

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Calendários na pré-história

Ter

2

Ago

2005


02:58

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Ao que tudo indica, o primeiro calendário de que se tem notícia parece ser obra dos nossos antepassados pré-históricos. É o que informa o Dr. Michael Rappenglück, da Universidade de Munique. Analisando as famosas pinturas das cavernas de Lascaux, na França, o pesquisador alemão identificou alguns símbolos que permeiam touros, antílopes e cavalos como sendo as fases da Lua, além de algumas estrelas e constelações bastante conhecidas. Se as conclusões do professor estiverem certas, então estes calendários ruprestes têm 15.000 anos!

Calendário lunar
Fig. 1 - Calendário lunar perto de cavalo

Os animais foram pintados nas paredes das cavernas num vale da Dordogne pelo homem Cro-magnon em plena era glacial. Diz o Dr. Rappenglück: "O segredo para entender estas cavernas é entender as pessoas que pintaram estas paredes. Elas pintaram o céu, mas não todo ele. Apenas as partes que eram especialmente importantes para elas."

O pesquisador parece estar com a razão. Observe a figura 1, onde aparecem 29 círculos perto de um cavalo marrom. Para cada dia do ciclo de 29 dias da Lua há uma marca, indicando que este ritmo da natureza não só era conhecido como também servia de referência no dia a dia do homem pré-histórico.

Mas este não foi o único achado. Num outro ponto, perto de outros animais, foram encontrados 13 círculos e um quadrado vazio (figura 2). De acordo com as explicações do pesquisador, os pontos correspondem a meio ciclo lunar e o quadrado, provavelmente, indica a ausência da Lua nos dias da Lua Nova, quando ela vai desaparecendo do céu.

Meio ciclo lunar
Fig. 2 - Meio ciclo lunar

Se a coisa ficasse por aí, as conclusões até poderiam ser contestadas. Mas parece que a astronomia está mesmo nas paredes de Lascaux. Algum tempo antes destas descobertas, o Dr. Rappenglück já havia encontrado na parede de uma passagem vertical, afastada da caverna principal, uma série de constelações perfeitamente identificáveis. Além disso, perto da entrada da passagem principal, sobre o dorso de um touro, também havia identificado a constelação das Plêiades (figura 3).

Depois destes achados, o número de perguntas sem respostas aumentou, mas, algumas delas, começam a ser respondidas. O grande poder de observação dos nossos antepassados pre-históricos parece ser um fato incontestável. Talvez tenham sido até mais observadores do que o homem moderno que vive nas grandes cidades que, para a própria sobrevivência, conta com serviços de meterologia, compra seus alimentos em supermercados e usa o calendário para saber quando trabalhar e quando descansar - principalmente para saber quando há um feriadão smile


Plêiades
Fig. 3 - As Plêiades

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