Sobre os calendários
Sab 30 Jul 2005 20:04 |
- Detalhes
- Categoria: Calendários
- Atualização: Quarta, 20 Agosto 2008 11:55
- Autor: vovó Vicki
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Tipos de calendário
Os primeiros calendários foram montados para refletirem eventos que ocorriam com os astros e vários calendários atuais ainda mostram sinais desta herança. Como um ano de calendário com um número inteiro de dias não pode ser sincronizado com o ano tropical ou o ano lunar, fazemos aproximações e, de tempos em tempos, alguns ajustes. De acordo com os elementos escolhidos, os calendários podem ser de três tipos: solares, lunares e lunissolares.
Calendários solares
Calendários solares são projetados para acompanharem o ano tropical. Para que isto aconteça, intercala-se alguns dias (formando os anos bissextos) para aumentar a duração média do ano do calendário. Um exemplo de calendário solar é o Calendário Gregoriano de uso civil, que também chamamos de "folhinha". É o calendário que estamos acostumados a usar no nosso dia a dia.
Em 1582 o papa Gregório XIII instituiu um novo calendário para que a data da Páscoa ficasse ajustada ao equinócio vernal e para que este ficasse restrito ao dia 21 de Março. Várias foram as modificações introduzidas e o novo calendário foi adotado imediatamente pelos países católicos. Outros, como a Inglaterra, a Rússia e a Grécia, demoraram muito em aceitá-lo. Atualmente, o Calendário Gregoriano é o mais difundido no mundo, usado como referência internacional para transações comerciais e financeiras.
Calendários lunares
Calendários lunares, como o Calendário Islâmico, seguem apenas o ciclo das fases da Lua. Como as fases da Lua não "casam" com os meses do calendário gregoriano, a defasagem entre estes dois calendários aumenta constantemente.
O calendário muçulmano é contado a partir de 622 d.C., um dia depois da Heriga, o dia em que Maomé saiu de Meca para Medina. Consiste de 12 meses lunares.
Calendários lunissolares
Os calendários lunissolares possuem uma sequência de meses baseados no ciclo das fases da Lua que, como já sabemos, ficam defasados em relação ao ano tropical. Para corrigir este desvio, intercala-se um mês inteiro em intervalos regulares. O calendário chinês e o calendário judeu são os exemplos mais conhecidos.
O calendário judaico tem como início o ano de 3761 a.C., a data de criação do mundo de acordo com o Velho Testamento. Como a idade medida da Terra é de 4,5 bilhões de anos, o conceito de criação é somente religioso. É um calendário lunissolar, com meses lunares de 29 dias alternando-se com meses de 30 dias e um mês adicional intercalado a cada 3 anos, baseado num ciclo de 19 anos. As datas no calendário hebreu são designadas AM (do latim Anno Mundi).
A numeração dos anos
O sistema de numeração dos anos d.C. (depois de Cristo) foi instituido no ano 527 d.C. pelo abade romano Dionysius Exiguus (?-544). O abade estimou que o nascimento de Cristo ocorrera em 25 de dezembro de 754 a.u.c., que ele designou como 1 d.C. Em 1613 Johannes Kepler (1571-1630) publicou o primeiro trabalho sobre a cronologia e o ano do nascimento de Jesus. Neste trabalho Kepler demonstrou que o calendário cristão estava errado em cinco anos e que Jesus havia nascido em 4 a.C., uma conclusão atualmente aceita. O argumento é que Dionysius Exiguus assumiu que Cristo nascera no ano 754 da cidade de Roma, correspondente ao ano 46 Juliano, definindo-o como o ano um da era cristã.
Dia juliano
O dia juliano, algumas vezes referido como data juliana, é utilizado principalmente pelos astrônomos como uma maneira de calcular facilmente o intervalo de tempo decorrido entre diferentes eventos astronômicos. A facilidade vem do fato de que não existem meses e anos na data juliana, ela mostra apenas o número de dias solares médios decorridos desde o início do Período Juliano (1 de janeiro de 4713 a.C.). O dia juliano muda sempre às 12 h UTC.
Não confunda o dia ou data juliana com o Calendário Juliano. São conceitos totalmente diferentes!
A origem da palavra bissexto
No antigo calendário romano, o primeiro dia do mês se chamava calendas e cada dia do mês anterior se contava retroativamente. Em 45 a.C., Júlio César determinou que o sexto dia antes das calendas de março deveria ser repetido uma vez a cada quatro anos. Este dia era chamado ante diem bis sextum Kalendas Martias ou simplesmente bissextum. Daí o nome bissexto.
Fontes
Medidas de Tempo de Kepler de Souza Oliveira Filho & Maria de Fátima Oliveira Saraiva.
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