A Aldeia Numaboa ancestral ainda está disponível para visitação. É a versão mais antiga da Aldeia que eu não quis simplesmente descartar depois de mais de 10 milhões de pageviews. Como diz a Sirley, nossa cozinheira e filósofa de plantão: "Misericórdia, ai que dó!"

Se você tiver curiosidade, o endereço é numaboa.net.br.

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EcoAldeia

Sobre as aves

Sab

2

Ago

2008


00:00

(115 votos, média 4.10 de 5) 


Meu ecossistema tem uma variedade muito grande de aves que proporcionam uma rica convivência e experiências belíssimas, impensáveis para quem mora nas grandes cidades. Só para citar algumas, temos bem-te-vi, sebinho, anu branco e anu preto, garcinha branca, tiziu, joão-de-barro, pica-pau, gaviãozinho, caracará, quero-quero, beija-flor, sabiá, urubu, tesourinha, alma-de-gato, sanhaço, curruíra, gralha, coruja, perdiz e até urutau. Isto sem falar em galinha, galinha d'angola, pardal e uma quantidade exagerada de pombas e amargosas.

Aos poucos vou contar um pouco sobre o que aprendi com cada uma delas, mas antes quero falar sobre algumas particularidades comuns a todas as aves. Este é apenas um resumo do que encontrei quando me fiz a pergunta: afinal de contas, o que é uma ave?

A origem das aves

Archaeopterix lithografica

Ao que tudo indica, as aves se originaram dos répteis. Pelo menos foi o que os pesquisadores concluíram depois que encontraram fósseis de um animal que consideram até hoje como sendo o primeiro pássaro do planeta. O nome deste "pássaro pai de todos" é Archaeopteryx lithographica, também conhecido como ave-lagarto. Os fósseis foram encontrados numa formação calcárea em Solnhofen, na Bavária, Alemanha, no ano de 1861. O arqueópterix litográfica (é assim que se pronuncia seu nome) possuía asas bem desenvolvidas que, provavelmente, permitiam que voasse por pequenas distâncias. Esse animal possuía traços de réptil (dentes, cauda grande e extremidades anteriores com dedos compridos) e traços de ave (formato do crânio e penas). Viveu no período Jurássico, ou seja, foi contemporâneo dos dinossauros há cerca de 150 milhões de anos atrás.

Archaeopterix lithografica

Partindo destes fósseis foi possível recriar o que teria sido o aspecto original deste nosso amigo jurássico. É claro que cobriram o bichinho de penas, recobriram suas pernas com escamas, guardaram as devidas proporções (tinha o tamanho de um corvo) e o resultado final foi o mostrado na figura ao lado.

Exclusividade das aves

Todas as aves têm penas. Isto é uma "marca registrada" que faz com que até as crianças sejam capazes de identificar uma ave. Mas o que são penas e para que servem?

As penas formam um revestimento leve, flexível, resistente e com inúmeros espaços aéreos que servem como isolantes térmicos. As penas das asas e da cauda formam importantes superfícies de sustentação da ave no vôo e, devido ao intenso desgaste que sofrem, as aves cuidam delas com o maior carinho.

Tipos de penas

As penas crescem a partir de folículos, da mesma forma que as escamas dos répteis ou os pêlos dos mamíferos, e são exclusivamente epidérmicas. São formadas por queratina, que é um tipo de proteína - aliás, é a mesma proteína que compõe nossas unhas, pelos e cabelos.

Existem 4 tipos de penas nas aves: rêmiges (penas de vôo das asas, com contorno assimétrico, mais largas na parte interna, a favor do vento); timoneiras (penas de vôo da cauda, simétricas); cobertoras (penas de cobertura, que proporcionam um contorno aerodinâmico) e plumas (penas muito delicadas, que formam a penugem que reveste todo o corpo e fazem o isolamento térmico).

Estrutura da pena

A cor das penas é obtida de duas formas: presença de pigmentos na pena ou por reflexão da luz nas barbas da pena. Os pigmentos são variados. Pode ser a melanina (a mesma que dá cor à nossa pele e varia de castanho a preto) e carotenóides (que produzem a cor amarela, laranja ou vermelha). A reflexão total da luz produz plumagem branca, enquanto a reflexão parcial origina brilhantes plumagens azuis e a maioria dos verdes. Se houver reflexão associada à melanina, o resultado é o verde azeitona; se houver reflexão associada aos carotenóides, o resultado é um verde-alface vivo.

As penas das aves sofrem mudas regulares, num processo gradual e ordenado, de modo que nunca se formem áreas nuas. A mudança de penas nunca se realiza em épocas críticas (de elevado investimento metabólico), como quando se reproduzem, migram ou durante condições adversas (escassez de alimentos ou secas, por exemplo).

Porque as aves voam

As aves não são os únicos animais que voam (insetos e morcegos também sabem voar), mas, sem a menor sombra de dúvida, são as melhores. Isto porque as principais adaptações das aves estão relacionadas ao vôo: conseguiram reduzir o peso (penas leves, perda de dentes e mandíbulas, redução de ossos por fusão, ossos ocos preenchidos com ar - os chamados ossos pneumáticos, quilha ou esterno - osso situado no meio do peito muito desenvolvido para segurar os potentes músculos das asas e com formato aerodinâmico que ajuda a cortar o ar durante o vôo, oviparidade - as fêmeas não ficam mais pesadas durante a gestação, sacos aéreos, digestão rápida e eficiente) e aumentaram a energia metabólica (homeotermia, plumagem isolante, digestão rápida e eficiente, sacos aéreos que ajudam a respiração e a dissipação de calor, coração grande e circulação sanguínea rápida).

As asas de uma ave permitem a elevação do mesmo modo que as asas de um avião. À medida que a ave avança, o ar passa por cima da superfície superior da asa mais rapidamente do que pela superfície inferior. Este fato deriva da asa não ser achatada, mas ligeiramente convexa na parte superior criando assim uma diferença de pressão entre as duas superfícies da asa. Sabendo que o ar que se move mais devagar exerce maior pressão, a força resultante é ascendente, o que empurra a ave para cima. Esta força ascensional é tanto maior quanto maior for a dimensão da asa e a velocidade inicial.

As aves voam de duas formas principais: ativamente, batendo as asas, ou planando. Algumas aves, como os colibris, são até capazes de voar para trás. No primeiro caso, as aves utilizam a força do movimento para frente para criar a diferença de pressão que as impulsiona para cima, enquanto que, no segundo caso, são utilizadas as correntes de ar quente ascendente. No vôo planado a ave consome pouca energia, mas vai perdendo altitude e velocidade, a não ser que mude de direção e apanhe outra corrente de ar quente - as famosas térmicas. Os campeões de vôo planado que pude observar por aqui são os urubus - sobem tanto que eu quase os perco de vista sem que eles dêem uma única batidinha de asa smile

A forma das asas e da cauda também é importante para o vôo: aves que devem levantar vôo rapidamente para fugir de predadores têm asas largas e arredondadas, que lhes dão aceleração; aves que voam durante muito tempo têm asas longas; voadores rápidos e poderosos (como as aves de rapina, por exemplo) têm asas longas e curvas, de extremidades pontiagudas para reduzir o atrito; aves que mudam bruscamente de direção em pleno vôo têm caudas profundamente bifurcadas.

Apesar das vantagens que o vôo possa ter, muitas aves perderam essa capacidade, geralmente em locais onde a falta de predadores e a abundância de alimento não o exigia. Outras aves optaram pela força e pela velocidade no solo, como as corredoras (avestruzes, nandus e emas). O que dizer dos pingüins? Criaram uma densa cobertura de plumas, uma espécie de super-edredon para enfrentar baixas temperaturas? Sei lá, só sei que é a ave mais estranha que conheço depois do ornitorrinco - mistura genética de mamífero, réptil e ave, um produto transgênico criado pela própria Natureza!

Slogan da EcoAldeia

Não detone seu ecossistema: PRESERVAR sim, PROTEGER nunca!



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