A Aldeia Numaboa ancestral ainda está disponível para visitação. É a versão mais antiga da Aldeia que eu não quis simplesmente descartar depois de mais de 10 milhões de pageviews. Como diz a Sirley, nossa cozinheira e filósofa de plantão: "Misericórdia, ai que dó!"

Se você tiver curiosidade, o endereço é numaboa.net.br.

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Tia Izaura

Sex

29

Out

2010


14:28

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Matei as saudades das paisagens dos campos gerais do Paraná, com direito a pinheiros e pedras da Vila Velha: fui no aniversário de 90 anos da tia Izaura, velhinha lúcida, simpática e otimista, a última viva da geração dos meus avós na família. Coisa boa comemorar, encontrar a parentada sumida, conhecer integrantes novos do “clã”, dar muita risada e ouvir muitas histórias. E é aí que eu queria chegar. Histórias! Contos e crônicas reais com personagens de verdade, que fazem rir até chorar ou até só chorar. Coisa que desde criança conheço, bate-papo com histórias que misturam fatos e fantasias em torno de gente que existe ou existiu. Isto dá raízes, solidifica identidade, explica e dá sentido ao que se é, aponta origens, e entretêm saudavelmente, diverte gratuitamente.


Quando eu era criança, lembro do meu avô contando os mitos da cidade onde nasceu e criou minha mãe. O Pedro que queria fazer uma fábrica de doces, o João Sopa que pensava que era guarda de trânsito, o vô que contratou o ladrão de cavalos da cidade para guardar seus cavalos e com isso evitou que eles fossem roubados. Histórias com ou sem fundo moral, com ou sem compromisso com a realidade, mas fundamentadas nela.


Vi hoje o programa sobre o Adoniran Barbosa (descobri que o nome do cara era João Rubinato). Entrevistaram pessoas que traduziram em palavras a essência e o perfil do falecido, gravados em seus registros emocionais. Não falavam do Adoniran Barbosa do rádio e da TV, mas da figura cativante com quem conviveram. Assim é que se monta a história – de uma cidade, de uma família, de uma instituição, contando as impressões deixadas por cada figura que se destacou ali.


Eu fico meio chateado em ver que o excesso de estímulo e informação sufocou esse negócio de prestar atenção nas pessoas reais em volta e ter histórias para contar. Em roda de amigos e de família, a gente conversa sobre personagens de novela ou sobre os filmes do momento, sobre os resultados do futebol ou sobre shows e artistas... Gente que não faz parte de verdade da vida da gente, ou pior, nem existe. É como tentar matar a fome mascando chiclete: mastiga, tem gosto, mas não enche a barriga. Emoções on demand, delivery, fast, mas estrangeiras e sem nutrientes.

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