A Aldeia Numaboa ancestral ainda está disponível para visitação. É a versão mais antiga da Aldeia que eu não quis simplesmente descartar depois de mais de 10 milhões de pageviews. Como diz a Sirley, nossa cozinheira e filósofa de plantão: "Misericórdia, ai que dó!"

Se você tiver curiosidade, o endereço é numaboa.net.br.

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Quem mora ontem

Sex

14

Ago

2009


12:42

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Quando a faculdade de Comunicação onde fui professor entrou com o pedido de reconhecimento junto ao Ministério de Educação e Cultura, precisou protocolar o plano acadêmico em três vias datilografadas (não digitadas??) e comprovar que tinha uma sala com máquinas de escrever para os alunos de jornalismo (os computadores do laboratório não serviriam?). O curso de Rádio e TV quase não foi reconhecido porque o avaliador achou que a grade disciplinar dava pouca bola para o rádio enquanto meio de comunicação e puxava saco demais do preparo em conteúdo multimídia.

Eu digo que não gosto de ambiente acadêmico. A universidade deveria estar preparando pessoas para o mundo, no entanto o mundo está no Hoje enquanto a academia discute se passa de anteontem para ontem. Eu costumo dizer que o maior problema de alguém que vive no Amanhã é que quando o povo chega lá para compreendê-lo, o amanhã já virou hoje e ele já está depois de amanhã. Mas isso é outra história, o que fazer com quem ficou em Ontem?

 

Eu disse no post anterior que criei um sistema de exames por computador no qual eu executava metade das avaliações que aplicava em meus alunos. O sistema gerenciava perguntas sobre os conteúdos ministrados em cada bimestre, e gerenciava os alunos e as turmas. Quanto ao controle de frequência nas aulas, eu fazia as chamadas em sala usando uma planilha em um palmtop, depois sincronizava o dispositivo com meu micro e subia os arquivos para o mesmo sistema, que quantificava quem faltou e quando. Lançava manualmente as notas das demais avaliações (aquelas feitas do jeito antigo), e o sistema gerava no final do semestre um arquivo PDF (para imprimir em papel) com o mesmo layout do diário de classe oficial, já preenchido com todas as datas, o total de faltas de cada aluno em cada mês, bimestre e semestre, os resultados parciais e o resultado final. Fiquei feliz da vida na primeira vez em que usei o sistema, ainda em sua versão beta, e percebi que funcionava corretamente. Cheguei com os diários de classe impressos para entregar, assinados a mão, como a regra exigia, e qual foi a minha surpresa ao saber que não poderia fazer isso? O Ministério da Educação e Cultura, segundo a coordenação pedagógica da faculdade, não aceita preenchimento eletrônico destes documentos, e eu precisei passar a limpo, a caneta, todo o trabalho que já estava pronto. Amanhã eu acho que o MEC vai entender que professores hoje trabalham um monte à toa e vai contratar alguns técnicos pra criarem um sistema de gerenciamento eletrônico de informações parecido com o que fiz quatro anos atrás, achando que estão ficando super modernos.

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