A Aldeia Numaboa ancestral ainda está disponível para visitação. É a versão mais antiga da Aldeia que eu não quis simplesmente descartar depois de mais de 10 milhões de pageviews. Como diz a Sirley, nossa cozinheira e filósofa de plantão: "Misericórdia, ai que dó!"

Se você tiver curiosidade, o endereço é numaboa.net.br.

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Comida, para que precisa?

Qui

16

Out

2008


23:19

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Na quarta-feira desta semana foi o Blog Action Day, quando ONG's norte-americanas, espanholas e australianas mobilizam blogueiros a postar artigos a favor de causas humanitárias e levantar reflexão mundial sobre um tema. Este ano foi a vez de postar contra a pobreza. Tou meio atrasado, mas vou pegar carona na onda e também refletir sobre o tema.

Na verdade, quero falar sobre um tipo de pobre que é pago para continuar na miséria. Ele escolhe este caminho, e recebe para isto. Pode parecer incrível, mas é o que acontece com grande parte dos chamados moradores de rua. Eu conheci e conversei com algumas pessoas que viveram nestas condições e hoje estão recuperadas. Tenho um amigo pessoal que foi um menino de rua. E quando falo das pessoas que conheço, não digo que foram algum tipo de idealista ou alguém pego repentinamente por uma surpresa desagradável e obrigado a viver alguns dias embaixo da ponte, não; tou falando daqueles tipos conhecidos, que vestem trapos, cheiram mal e interpelam a gente na calçada pra pedir comida ou dinheiro.

Quem tá recuperado, alcançou independência, vivendo sob um teto que banca por conta e trabalhando para se sustentar, não tem vergonha de contar como era a vida na rua. Sempre tinha alguém que dava alguma coisa, sempre tinha comida, e voila, a rua se tornava uma comodidade para quem já se acostumou a ela. As histórias, para comover e convencer o transeunte a contribuir com sua causa, são impressionantes mas cansativas pelo quanto se repetem, já que um mendigo aprende com o outro sobre que tipo de lorota contar pra tirar algum proveito. Vim do interior e fui roubado, meu filho só pode tomar aquele leite especial que é caro, acabou o gás lá em casa quando eu tava esquentando a mamadeira do neném, o remédio que o posto de saúde receitou não tem lá e até o sincero não vou mentir pra você, eu quero é tomar uma pinguinha mesmo. E quem, tomado pela empatia com o sofrimento do sujeito, dá-se o trabalho de ir até o mercado comprar o que ele está pedindo e garantir que o dinheiro não irá para outro fim, não sabe que está alimentando um mercado paralelo; em favelas aqui de Curitiba mendigos vendem coisas caras a preço de banana: tudo ganho na base da conversa nos bairros de classe média.

Pelo menos em Curitiba eu conheço a estrutura pública de apoio ao indigente. Qualquer cidadão que encontre-se desfavorecidamente morando na calçada e quiser, mas quiser mesmo, sair dali, vai encontrar desde o serviço de resgate social da prefeitura até diversas ONG's engajadas na recuperação de pessoas nesta situação. O preço é abandonar a liberdade. Veio do interior e foi roubado ou enganado e não tem como voltar? A Casa da Acolhida e do Regresso manda você de volta; mas só uma vez, não tente se aproveitar do serviço. E o incrível é que, diante das histórias mirabolantes contadas por eles, quando se oferece, ao invés de meter a mão no bolso, uma solução real como vou telefonar para a Casa Redentor (uma ONG) para que você tenha comida, pouso e, se quiser, comece um processo de recuperação, a reação é sempre raiva, como se a máscara tivesse sido arrancada à força. A prefeitura colocou placas em pontos estratégicos de pedintes com os dizeres ajude de verdade, ligue para o Fundo de Assistência Social, não dê esmolas, e, lógico, as placas foram vandalizadas.

Parece antipático dizer mas, se quer ajudar, meu conselho é não dar. Pelo menos, não na mão do pedinte. Melhor se informar sobre quem tá trabalhando de verdade para acabar com a pobreza, conhecer seu trabalho, e contribuir com sua causa. Esmola mantém a miséria, por nobre que seja a intenção.

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