A Crise de 1/3 de idade
Qui 21 Ago 2008 23:24 |
- Detalhes
- Categoria: dalton
- Atualização: Quarta, 13 Janeiro 2010 01:28
- Autor: Dalton Sponholz
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O mundo tá acelerado, o Conhecimento está crescendo assustadoramente em progressão geométrica, as regras e os papéis mudam o tempo todo (o maior produtor de bens de consumo do planeta de repente é um país comunista, não é divertido?) e o ritmo de vida padrão (este que faz a turma viver como se precisasse manter a cabeça pra fora d'água pra não morrer afogada) faz muita gente trocar prioridades pessoais por prioridades não-pessoais que vêm bem disfarçadas de prioridades pessoais quotidianamente. E nessa frenéééética aceleração tem outro personagem chegando mais cedo, a famigerada crise da meia-idade.
Quem surgiu com essa de crise do 1/3 de idade foi minha amiga Janine, jornalista no Brasil, mestra em MBA na California (a dos EUA, não a do interior do Paraná) e executiva de uma companhia de consultoria de negócios lá dos EUA mesmo, que atendia a grandes clientes como Sony e Blue Cross. Apesar de bem sucedida em sua carreira, ela olhou para a rotina de vida dos que já viviam o sucesso que tanto buscava e não deu noutra, largou tudo e voltou a ser babá (lembra dos programas de Au Pair, dos quais as estudantes que querem aprender inglês participam?).
Amadurecida depois de restaurada pelo Jesus da Bíblia havia aí uns treze anos (quem não entende o que é isso dê uma lida no Evangelho de João, os dois primeiros capítulos já esclarecem um bocado), a moça concluiu que os sintomas comuns à crise da meia-idade chegaram (mas por volta dos 30? Ui!). Viu que realizou tudo o que buscou mas que tudo o que realizou não era nada do que sonhou. E que, putz, tava em tempo de dar uma brecada e voltar a levar à breca, buscar aquilo que realmente importa (e se sonha!), e, principalmente, corrigir as prioridades: sucesso profissional não é sinônimo de qualidade de vida. Ueeebaa! Parabéns pela coragem, menina! Aproveito para distribuir parabéns para o Carlinhos, meu amigo e colega de faculdade e profissão, que depois de receber o ouro olímpico dos publicitários (uma premiação em Cannes), e com um futuro brilhante e promissor pela frente, chutou o balde do mercado da comunicação e voltou pra faculdade para estudar Filosofia (e fez a coisa certa, não esbanjou padrão enquanto trabalhou e com o que guardou vive só pra estudar agora); também mando um abração especial para a Sigrid, que, como uma Celly Campello do mundo corporativo, pediu a conta na Bosch e foi ser dona-de-casa e cuidar do marido, sem medo de baixar o padrão e aumentar as lutas pela decisão. Gente preciosa que vai sem medo contra o senso comum.
Mas se por volta dos 30 o povo já tá confrontando as suas realidades, me assusta pensar que tipo de crise há de vir depois dos quarenta pra essa gente, com toda a alteração hormonal e os questionamentos que, diz-se, vão se somar a isto na descida da montanha; e sabe Deus em que tipo de mundo se estará mais 15 anos pra frente...
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