Esta é a sua opinião!
Qui 14 Ago 2008 23:29 |
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- Categoria: dalton
- Atualização: Domingo, 14 Março 2010 01:23
- Autor: Dalton Sponholz
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Minha prima Líriam (se eu apresentá-la como a jornalista e Dra. Líriam Sponholz vão ver logo que sou a ovelha negra da família, é a segunda prima doutora que cito por aqui...), politizada que é, conta que assistiu uma acalorada (e divertida) mesa redonda na TV Bandeirantes uma vez na qual um sujeito (deputado Alberto Goldmann) era interrompido várias vezes por outro que, indignado com o que ouvia sobre o tema em debate, só dizia "essa é a sua opinião! essa é a sua opinião!". Em determinado momento, já de saco cheio com as interrupções nervosas do oponente, o político que não conseguia concluir o discurso respondeu ao chato: -- é claro que é a minha opinião! Queria que eu desse a opinião de quem? A sua?!
Coisa séria só existe pra gente dar risada. Mas, opiniões a parte, nessa era de cultura dialética, respeito às diferenças, cada cabeça uma sentença, só é pecado crer em absolutismos. Só de rebeldia vou confessar que acredito no pensamento platônico de que existe uma verdade só, absoluta e incontestável, e que dá conta de todo o resto. Se há divergências, é porque pessoas olham faces diferentes do mesmo cubo (ou, em alguns casos, pessoas são "zarôias", ceguetas, míopes e preferem não cuidar da vista). Se há conflitos, é porque não se percebe a complementaridade (aliás, a união entre um homem e uma mulher é o modelo mais profundo de coisas muito diferentes que podem se complementar -- quem já leu o John Gray [Homens são de marte, mulheres são de vênus] que o diga). Não abomino a dialética por isso; creio que, assim como a física newtoniana e a lógica cartesiana deram e dão conta de explicar o universo até que se descubra que elas não funcionam sempre e não são tão exatas assim (como no caso da física quântica), assim o joguinho tríade da tese, antítese e síntese trabalha para quebrar a arrogância de quem acha que pode dar conta da verdade sozinho e ajuda a ampliação de visão e de pensamento até que o que é perfeito se manifeste; mas este absolutamente existe. Ponto.
Nada a ver com isso, mas mostrando uma opinião diferente da que critiquei aqui na semana passada quando falei do que se tornou o trabalho sem compromisso, uma amiga minha, a Ligiane, tem me impressionado com sua forma de viver e pensar. Ela trabalha num grande grupo financeiro, na área de seguros, tem progredido geometricamente na sua profissão, e leva qualidade de vida apesar da energia e do tempo que o tipo de função profissional exige. Ao contrário do trabalho que só visa o pagamento que se almeja, ela diz ver no cargo que ocupa uma oportunidade de perceber a si mesma, de perceber o próximo, de crescer pessoalmente (eu disse pessoalmente, não meramente profissionalmente, não tô falando de só desenvolver carreira), e de (pasmem!) ajudar pessoas a se desenvolverem e amadurecerem enquanto pessoas (sem pisar nelas? Sem usá-las? é!). Ela está se sentindo feliz e realizada no que faz, vive com tranquilidade, sem pressa, é inteira em si mesma e não corre atrás do vento. Sabe que sua posição pode significar que não vai se casar, não vai construir uma família, não sem sacrificar uma das coisas, mas não se sente incompleta por isso. E diz estar aberta a mudar tudo se for necessário, ou se a vida a convidar para um passeio diferente que pareça interessante. Pra você ver que não é a ocasião que faz o ladrão. Conheço tanta gente que vive em um desgaste tão grande pra construir algo que pretende viver um dia...
determina outra vez um certo dia, Hoje, dizendo ...: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações
(Hb. 4:7)