A Aldeia Numaboa ancestral ainda está disponível para visitação. É a versão mais antiga da Aldeia que eu não quis simplesmente descartar depois de mais de 10 milhões de pageviews. Como diz a Sirley, nossa cozinheira e filósofa de plantão: "Misericórdia, ai que dó!"

Se você tiver curiosidade, o endereço é numaboa.net.br.

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Socorro, me institucionalizaram!

Qui

10

Jul

2008


22:27

(1 voto de 5.00) 


O homem atende o telefone, é a moça com quem está flertando, sua paquera. Coisa boa ouvir a voz dela, sentimento gostoso como que de criança/adolescente que não sabe bem direito o que quer mas caminha em passos curtos deixando entrar no coração um afeto especial por alguém por quem se cativa muito apesar de ser uma estranha ainda. Mas essa emoção quentinha não aparece na conversa: ela, da empresa em que trabalha, respondendo sobre o cinema logo mais à noite, passeio que ainda não sabe se poderá fazer por conta das funções que o emprego impõe, diz te dou um retorno até o final da tarde, informo um parecer, ao que ele fidibeca oquei, fico no aguardo do seu contato para confirmar. Putz, que que houve aqui? É uma conversa carinhosa ou virou apenas fluxo informacional entre atores de um sistema?

Mas não é sobre a formalidade da conversa deles, perdoável entre quem está se conhecendo, que quero falar. Mas do resto do iceberg logo abaixo. Percebeu a dificuldade de marcar um cinema ali? Quer saber o resultado do outro contato, no final da tarde? Não foram ao cinema, ambos tiveram que trabalhar no horário extra. O susto que me deu essa fria interação entre os divinos dons da fala e da audição entre um rapaz e uma moça que deveriam estar sendo humanos um com o outro é justamente o fato de, ao que me parece, cada vez menos pessoas conseguirem ser humanas entre si, por conta de uma escala de prioridades que impõe compromissos estranhos à sua vida pessoal na frente de tudo. E quando um casal desiste de uma relação porque ambos tem oportunidade de crescimento profissional em caminhos que não podem seguir juntos? Conciliar relação e carreira, já ouvi... Conciliar? Quem é prioridade? Ou o fato de ser normal terceirizar a educação dos filhos porque os pais trabalham os dois. Os filhos estão no segundo plano? O jargão tô trabalhando pra dar uma vida melhor pra eles não cola. Vida melhor quando? Ou o fato de família ser descartável, porque os interesses de cada um dos cônjuges são prioritários ao relacionamento dos dois enquanto um só? Se eu fosse desenvolver cada uma dessas questões o artigo não caberia em um blog. O pior é ouvir sempre as mesmas desculpas: ninguém vive de amor, é preciso primeiro ter o que comer, e outros tantos jargões que apenas disfarçam a preguiça (ou o medo) de lutar pelo que realmente importa.

(não tô fazendo merchandising, mas coloquei ali embaixo um comercial que gosto, de um sujeito que tá vivendo a vida enquanto trabalha... apesar do tom e do tempo corporativo da peça, dá pra sentir um pouco da leveza de quem não tá nem aí praquilo que todo mundo considera, sei lá por quê, essencial)

Esses dias tava conversando sobre a parábola que Jesus contou sobre o rico que disse meus celeiros estão cheios, agora posso folgar e ouviu do céu uma voz que respondeu louco! Essa noite pedirão a tua alma! Para quem ficarão teus celeiros?. A moda agora é investir em carreira, pesar o currículo. Certo. Na noite em que pedirem tua alma, nem celeiros cheios, talvez, você tenha pra deixar, só um pedaço de papel dizendo tudo aquilo para o que você está preparado e faz bem. Quer dizer, fazia.

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