Bronca na Aldeia

Pérolas do nosso presidente

Sex

27

Mar

2009


19:02

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Às vésperas da reunião do G20 em Londres, no próximo dia 2 de abril, o presidente Lula retoma seu discurso populista e perde uma boa oportunidade de colocar o Brasil numa situação privilegiada.

Justamente agora que o Chávez, com a vitória de Obama e o preço do petróleo despencando, diminuíu o tom de voz e deu um pouco de sossego, nosso presidente resolve botar os pés pelas mãos. Na reunião que teve com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disparou a seguinte "pérola":

Não podemos permitir que os pobres paguem por uma crise feita por ricos, sobretudo por que ela não foi gerada por nenhum negro, índio ou pobre. Essa crise foi feita por gente branca, de olhos azuis, que antes da crise sabiam tudo e, agora, não sabem de nada.

Quando li a notícia, fiquei muito incomodada. Em primeiro lugar por que a declaração do nosso ilustre presidente teve um tom francamente discriminatório. Chamou negros e índios de pobres quando afirmou que "Não podemos permitir que os pobres paguem por uma crise feita por ricos, sobretudo por que ela não foi gerada por nenhum negro, índio ou pobre". Se ele tivesse um mínimo de crítica e tivesse dito que "Não podemos permitir que os pobres paguem por uma crise feita por ricos, sobretudo por que ela não foi gerada por nenhum pobre", eu nada teria a reclamar.

Na continuação, Lula volta suas baterias contra "gente branca, de olhos azuis" e, mais uma vez, entra na perigosa seara da discriminação. No pouco que aprendi na vida, sei que não se aponta o dedo contra uma cor de pele ou de olhos. Com toda a experiência de vida do nosso presidente, esperava dele um pouco mais de discernimento. Um dedo que aponta culpados merece todo meu respeito, mas um dedo que aponta características físicas como sendo culpadas por infortúnios só merece meu repúdio.

Mas ainda tem mais. Toda crise tem seus lados positivos e negativos. O lado positivo desta atual crise financeira mundial é que tanto os EUA como a Comunidade Européia mostraram suas fraquezas (para não dizer seu lado podre), abrindo uma oportunidade nunca antes imaginada para os países assim chamados emergentes. Ao invés de aproveitar esta oportunidade para colocar o Brasil entre os países sérios, onde o povo trabalha e produz ao invés de explorar, nosso presidente, numa única declaração, conseguiu fazer com que não fosse levado a sério. Gordon Brown, branco e de olhos claros, deve ter-se incomodado assim como eu; se fosse negro e de olhos escuros, garanto que ficaria tão incomodado quanto. Gafe? Grosseria? Imperícia? Dê o nome que você quiser, o fato é que, ao que tudo indica, Lula fez uma declaração voltada apenas para o público interno (para a massa de desempregados que aumenta no nosso país, tanto faz se negros, índios, pobres ou de olhos azuis), esquecendo-se de que a atual crise tem uma dimensão mundial e que a tarefa a ser realizada é a de promover o trabalho produtivo e sério em qualquer parte do nosso planeta.

Desculpe-me Sr. presidente, será que seria muito indelicado da minha parte perguntar se o Sr. é negro, branco, índio ou pobre? Ah! e poderia me dizer também qual é a cor dos seus olhos?



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