A Aldeia Numaboa ancestral ainda está disponível para visitação. É a versão mais antiga da Aldeia que eu não quis simplesmente descartar depois de mais de 10 milhões de pageviews. Como diz a Sirley, nossa cozinheira e filósofa de plantão: "Misericórdia, ai que dó!"

Se você tiver curiosidade, o endereço é numaboa.net.br.

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Babel dos Garranchos

Origem dos Alfabetos

Qui

4

Jan

2007


10:21

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Alfabetos semíticos

Alfabetos semíticos

Hebraico

Entre os valores culturais que os hebreus adotaram dos habitantes de Canaã está a arte de escrever, o que deve ter ocorrido entre os séculos 12 a 11 a.C. Pode parecer estranho, mas as primeiras características próprias de escrita hebraica podem ser observadas nas inscrições moabitas do século 11 a.C., especialmente na inscrição que menciona o pai de Mesha, Kemosyat, e a famosa Pedra do Moab. Apesar da linguagem ser moabita, um dialeto cananeu, parente do hebreu porém não idêntico, sua escrita é hebraica. Estas inscrições moabitas ilustram a primeira etapa da tradição escritural hebraica.

Pedra de Moab
Pedra de Moab

A Pedra do Moab, de basalto negro, é um documento histórico da Bíblia, Reis 2, 3:4-27. Possui uma inscrição de 34 linhas e descreve os triunfos de Mesha, rei de Moab, sobre a casa de Omri, rei de Israel. Infelizmente a Pedra do Moab foi quebrada por árabes que pretendiam ganhar mais vendendo os pedaços do que vendendo a pedra inteira.

São várias as inscrições moabitas usando o alfabeto hebreu encontradas, desde vasos com inscrições até pedras mostrando um calendário com o ciclo agrícola das estações do ano.

Escavações realizadas na Samária entre 1908 e 1910 revelaram várias inscrições habraicas feitas com TINTA em tabletes de argila. Estavam nos depósitos do palácio real e serviam para controlar estoques de vinho e óleo. Por exemplo, bst htst myst l'hnw'm (n)bl y(n) ysn significa "No ano noveno de (o nome não é citado), rei de Israel, se comprou uma jarra de vinho, pertencente a Ahinoam."

Tablete
Tablete de argila

Os tabletes encontrados em Tell Kassileh são certificados de embarque de certas quantidades de azeite e ouro com destino à Fenícia ou Egito. Nestes, a escrita era feita por incisão na argila.

Os tabletes da Samária e de Tell Kassileh datam do século 8 a.C. Nesta mesma época os selos eram utilizados para assinar (ou selar) documentos, e o selo possuía a força de uma assinatura real. Nenhum documento era considerado autêntico a menos que possuísse a impressão de um selo. Os selos particulares mais importantes são os que contém nomes de homens e mulheres de Israel, como o famoso selo do leão, encontrado em Meguido cuja leitura é: 'Shema servo de Jeroboam'.

Leão
Selo com leão

Inscrições em pedra, selos, timbres e sobretudo tabletes, são provas do desenvolvimento da grafia hebraica. Especialmente importantes são os tabletes. Alguns são incisões em barro, porém a maioria foram escritos com tinta. Entre eles, os mais famosos são as cartas de Laquis, do século 6 a.C. (época em que foi escrito o Livro de Jeremias).

O autor é Hoshayahu, um dos subordinados de Yaush, que comandava a guarnição de uma das cidades provinciais na estrada que ia de Laquis até Jerusalém. Hoshayahu escreve ao seu comandante num tom muito humilde depois das saudações convencionais no início da carta: "Que Jeová queira que meu senhor ouça boas novas de paz".

Estas cartas foram escritas num momento muito delicado. Foi durante o reinado de Sedequías enquanto Jerusalém estava sediada pelas tropas de Nabucodonosor. Jerusalém foi sitiada em 597 a.C. e, dez anos mais tarde, cairia em poder dos caldeus.

O ocaso hebreu
Moedas
Moedas de Bar Kochba

Até a destruição do templo, o sistema hebreu de escrita continuou sendo usado, reflexo da tradição nacional de escrita. Seu curso, porém, foi interrompido pela destruição do templo e pelo exílio das classes mais educadas que haviam estudado na Babilônia. Quando os judeus regressam do cativeiro, falam e escrevem aramaico. O aramaico era a língua oficial do império Persa e também da província de Judá, chamada Yehud. Apenas os poucos que não haviam sido exilados ainda falavam e escreviam hebraico, mas não resisitram e o aramaico prevaleceu. O uso do hebraico arcaico aparece nos tempos do segundo templo, principalmente em moedas e em fragmentos do Pentateuco, achados em Qumran. A última notícia conhecida do uso deste sistema pelos judeus são as moedas de Bar Kochba que circularam de 132 a.C. até 5 d.C.

Evolução do hebraico arcaico até o samaritano medieval
Gezer século 10 a.C. Gezer
Moab século 9 a.C. Moab
Siloé século 8 a.C. Siloé
Selos século 7 a.C. Selos
Arad século 4 a.C. Arad
Levítico século 2 a.C. Levítico
Samaritano Medieval Samaritano

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