Enquanto eu pagar suas cuecas

Sex

9

Jul

2010


11:17

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Eu perdi a conta de quantas vezes ouvi as variações desta frase, mesmo em versões menos irônicas ou humilhantes. Seja “enquanto você morar aqui”, ou “enquanto você comer aqui”, ou “enquanto eu pagar suas contas”, o final é sempre parecido com “você terá que me obedecer”. Existe a variação inversa porém sinônima, “só quando você tiver sua casa você poderá fazer o que bem entender”. A cena você já detectou qual é, uma criança, um adolescente, um jovem, enfim, um filho, um dependente financeiro, que está discordando de seu tutor e está sendo colocado em seu lugar na marra. O crime cometido pelo adulto aí é o de estar comprando monetariamente a obediência que não teve competência para conquistar. É um tipo de suborno forçado.

Ouvi de alguém uma metáfora interessante sobre o que é autoridade. Se você estiver acima da velocidade dirigindo em uma estrada, o guarda que parar você não vai chegar com raiva gritando “ei, guri, onde é que já se viu correr nessa velocidade? Tá cego que não viu as placas ou é analfabeto?” - ele simplesmente vai chegar até você e comunicar: “você estava correndo a 130Km/h em uma pista cujo limite é 110Km/h e por isto você está sendo multado”. O que passa disso é abuso da autoridade. Parece fácil perceber um policial que abusa de sua autoridade, mas pais e mães gritando com seus filhos e jogando raiva sobre eles soa mais natural. Não percebem que estão faltando com o respeito com seres humanos que dependem deles e estão aprendendo com eles? Impor obediência no grito é falta de maturidade, de entendimento sobre seu próprio papel. É tão ruim quanto o exemplo da humilhação financeira ali em cima. Voltando a ele...

 

A Bíblia diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (I Tm. 6:10). E forçar a obediência por conta da dependência financeira é parte deste amor maligno, desta devoção ao deus capital. É crer que o poder econômico fala mais alto que o próprio papel de pai ou mãe. Pode parecer inglório dizer “você precisa me obedecer porque eu sou seu pai” ou “porque eu estou responsável por você”, mas é isto o que deve ser dito, a autoridade está em quem se é, não precisa ser negociada. O guarda não precisa provar que é representante da lei, o fato de ser guarda já deixa claro. E isto também demonstra a segurança de que o filho não está sozinho. Quando tudo com o que ele pode contar é o poder do dinheiro, vai correr atrás deste poder pra tê-lo também, mas inseguro de si mesmo e do universo onde vive. Ah, e as multas valem, porque fazem parte da natureza humana de conquista e recompensa e da disciplina, mas elas penalizam a quebra de um acordo, não devem ser a razão dos atos.

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