Síndrome de Estocolmo

Sex

2

Abr

2010


00:14

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Final de semana passado me meti a dirigir o carro de amigos meus, automático. Sempre que dirijo um carro sem câmbio sinto que algo me foi tirado, aquela sensação de poder que me permite aumentar o giro do motor até onde quero e engrenar a próxima marcha quando bem me dá na telha. A tal da falsa sensação de controle, a mesma que leva pessoas a jogarem outras fora (assunto passado, chega, né?). Algum psicólogo de plantão que queira dar qualquer explicação fálica é dispensado. Mas o interessante da coisa foi o vício de comportamento, as reações prontas, que aparecem num cenário que não combina com elas... alguém disse “a gente pode parar nesta pizzaria” e imediatamente pisei na embreagem que não existe... Ixi, o que meu pé esquerdo encontrou foi o freio e o carro parou numa pancada só, poderia ter causado um acidente! Mudança exige adaptação, adaptação exige tempo...

 

 

Mas... a síndrome de estocolmo é uma reação doentia que leva pessoas sequestradas a se apegarem aos bandidos que as violentam. Para suportar a dor de estarem prisioneiras, suas emoções se confundem e passam a procurar nos seus algozes expressões de afeto para gerar vínculo. Uma terrível reação que mantém estas pessoas presas mesmo quando alcançam a liberdade. Saber que existe este mecanismo nas almas das pessoas explica muitas coisas. Não sei se explicaria alguém ficar com raiva de um carro automático por estar habituado à sensação de controle do câmbio manual, nem se explicaria o usuário de MS-Windows que repete “odeio o Linux! Odeio o Linux”, apenas porque os ícones e comandos não ficam no mesmo lugar, como já vi repetidas vezes – mesmo diante de um sistema estável que não o obriga a rebootar o computador quando algo não dá certo. São prisioneiras de um status que não escolheram, mas amam porque conheceram antes da opção de liberdade?

 

Lembro como me incomodava escutar CD's, quando era acostumado aos discos de vinil. Meu aparelho de som era um trem barato, com certeza não eram as ausências de frequências que me incomodavam, provavelmente era a ausência do ruído da agulha na poeira – uma expressão clara de uma liberdade que incomodava. E conheci mais gente que teve dificuldade em se adaptar ao som limpo do CD. É, mudança exige adaptação, adaptação exige tempo. Mudar quadros de tecnologia é questão de escolha – e muitas vezes escolher a liberdade parece doer! Nos relacionamentos a coisa dói mais, e nem sempre é preciso estar sequestrado pra ver o coração misturar dor e alegria e não saber o que fazer com os vilões da alma. Respira fundo, ninguém depende de ninguém, embora todos dependam de todos.

 

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