Sob controle

Qui

25

Mar

2010


22:25

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Aula de educação física, partida de futebol entre a metade da sala sem camisa e a outra metade com camisa: nosso time chega perto do gol e o Fábio chuta pra fora... de propósito! Tem cabimento? Questionado o guri responde “melhor chutar pra fora que perder o gol”! Eu nem gostava de futebol, mas fiquei indignado, também. Isto deve ter sido quando eu tava na quarta série, primário. A razão do rapazinho é a lógica da insegurança.

Vou confessar com vergonha que um dia eu disse “vou deixar você antes que você me deixe” para alguém que era muito importante para mim. Tive a sorte de poder desmentir no mesmo dia, informando que falei da boca pra fora num momento de tensão. Uma pessoa pode jogar fora o seu tesouro por medo de perdê-lo? Aham! Pra pelo menos se sentir no controle ao perder o bem que quer, seja um gol, seja alguém.

 

Segurança constantemente anda associada a controle. Parecem quase sinônimos. Você não quer ser surpreendido pelo próprio fracasso, logo tenta antecipá-lo para evitar a surpresa ainda que isto signifique fracassar de propósito antes de tentar o sucesso. Mas será mesmo que sempre se está mais seguro no carro em que se pilota? Num universo com buzilhões de variáveis aparentemente em movimento aleatório não há de ser o controle de uma situação por um cisco humano que vai dar alguma segurança real a ele, nem mesmo nas questões mais insignificantes de sua vida.

 

Aí os relacionamentos vão para o mundo virtual, terra fértil para a segurança do controle. Expressões faciais viram emoticons (cuidadosamente escolhidos), reações podem ser atrasadas ou frases tensas ganhar leveza com um “rs” no fim... Fácil fugir do confronto com um “preciso ir” e um clique de fechamento na janela ou uma mudança de status para “invisível” no seu mensageiro preferido. Nos relacionamentos das msgs, twits, mails e scraps, você só mostra o que quer, ou quem quer mostrar. E só perde o que joga fora – o que normalmente se faz quando tá ficando com cara de real. Meu Deus, tem gente que já não consegue olhar nos olhos de alguém que não seja um avatar!

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Aula de educação física, partida de futebol entre a metade da sala sem camisa e a outra metade com camisa: nosso time chega perto do gol e o Fábio chuta pra fora... de propósito! Tem cabimento? Questionado o guri responde “melhor chutar pra fora que perder o gol”! Eu nem gostava de futebol, mas fiquei indignado, também. Isto deve ter sido quando eu tava na quarta série, primário. A razão do rapazinho é a lógica da insegurança.

 

Vou confessar com vergonha que um dia eu disse “vou deixar você antes que você me deixe” para alguém que era muito importante para mim. Tive a sorte de poder desmentir no mesmo dia, informando que falei da boca pra fora num momento de tensão. Uma pessoa pode jogar fora o seu tesouro por medo de perdê-lo? Aham! Pra pelo menos se sentir no controle ao perder o bem que quer, seja um gol, seja alguém.

 

Segurança constantemente anda associada a controle. Parecem quase sinônimos. Você não quer ser surpreendido pelo próprio fracasso, logo tenta antecipá-lo para evitar a surpresa ainda que isto signifique fracassar de propósito antes de tentar o sucesso. Mas será mesmo que sempre se está mais seguro no carro em que se pilota? Num universo com buzilhões de variáveis aparentemente em movimento aleatório não há de ser o controle de uma situação por um cisco humano que vai dar alguma segurança real a ele, nem mesmo nas questões mais insignificantes de sua vida.

 

Aí os relacionamentos vão para o mundo virtual, terra fértil para a segurança do controle. Expressões faciais viram emoticons (cuidadosamente escolhidos), reações podem ser atrasadas ou frases tensas ganhar leveza com um “rs” no fim... Fácil fugir do confronto com um “preciso ir” e um clique de fechamento na janela ou uma mudança de status para “invisível” no seu mensageiro preferido. Nos relacionamentos das msgs, twits, mails e scraps, você só mostra o que quer, ou quem quer mostrar. E só perde o que joga fora – o que normalmente se faz quando tá ficando com cara de real. Meu Deus, tem gente que já não consegue olhar nos olhos de alguém que não seja um avatar!

 

 

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