O que você faz?

Qui

19

Mar

2009


22:15

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Você conhece alguém, e uma das primeiras perguntas, às vezes até antes do nome, é o que você faz?. Que responder? Faço ovos mexidos, faço karatê, faço tricô? Não, a profissão tem uma importância grande pro povo. Já viu entrevistas nos telejornais? A legenda de quem tá respondendo o que o repórter perguntou é o nome e a profissão. José da Silva, padeiro, Maria de Oliveira, advogada. Se não tem um emprego, ganha um título provisório, como estudante, dona de casa, do lar ou desempregado, que é o pior de todos, porque faltou mesmo uma atividade qualquer socialmente aceitável pra preencher a lacuna.

Enfim, esse é um trubisco que me incomoda. Por que uma pessoa parece ser resumida em sua atividade profissional? O sujeito coleciona moedas antigas, faz sozinho a manutenção do carro por hobby, viaja todo final de semana, voa de parapente, toca saxofone, dá canja cantando em restaurante, estuda filosofia, frequenta a igreja, é casado com uma mulher a quem ama pra caramba, cria e educa seus oito filhos, adora andar de bicicleta, tem uma porção de amigos, cozinha muito bem, mas quando alguém pergunta o que você faz? ou quando seu nome aparece na legenda de uma entrevista, tá lá Fulano de Tal, vendedor ou Beltrano de Tal, médico. Gente é tanto pra caber embaixo de um rótulo, não é não?

Pior é acostumar a pensar desse jeito genérico e esquecer a importância de tudo o que alguém é além do que aparentemente faz. Olhar para uma pessoa e, ao invés de ver seu caráter, sua consciência, sua cosmovisão, seu carinho, sua simpatia, seu posicionamento frente à vida, seu amor, sua generosidade, enxergar apenas sua formação ou profissão. Ichi. Se alguém me perguntar o que eu faço, vou dizer que caminho. Em todos os sentidos.

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